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Estreia dia 28

Mergulho com jacaré, fuga de queixada e mais: atores de "Pantanal" revelam perrengues nas gravações

Elenco encantou-se com a beleza e a energia do local, mas também passou por poucas e boas

21/03/2022 - 12h26min

Atualizada em: 21/03/2022 - 12h26min


Camila Bengo
Camila Bengo
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João Miguel Jr. / Globo / Divulgação
Juliana Paes levou susto com jacaré enquanto gravava cena de "Pantanal" em rio

De perereca a jacaré, muitos foram os perrengues vividos pelo elenco da nova versão de Pantanal durante as gravações da novela. O remake do folhetim original estreia no próximo dia 28, na RBS TV, com uma nova leva de atores e atrizes revivendo personagens que marcaram a televisão brasileira, como os protagonistas Jove (Jesuita Barbosa) e Juma Marruá (Alanis Guillen). 

Grande parte dos artistas escalados para o remake nunca haviam pisado na região do Pantanal. Em coletivas de imprensa realizadas na última semana, os atores e atrizes contaram detalhes da experiência de gravar na região. É um lugar de beleza e energia estarrecedoras, concordam todos, mas que também exigiu muita adaptação. 

Abaixo, confira os maiores perrengues enfrentados pelos pantaneiros de primeira viagem.

Abre porteira, fecha porteira

O maior perrengue foi unânime entre o elenco: as porteiras. Pode parecer pouco, mas, segundo os artistas, são muitas porteiras e elas estão por toda parte. Servem para conter e ordenar os rebanhos que costumam circular pelas vias. 

Só não são úteis para quem precisa dirigir por elas. A cada leva de metros percorridos nas estradas, contaram, alguém precisava descer do carro para abrir e fechar as passagens. Isso, durante deslocamentos de cerca de uma hora e meia, muitas e muitas vezes ao longo do trajeto. No início, foi tranquilo, mas, depois, o povo começou a bolar estratégias para fugir da responsa. 

— A gente criou vários esquemas: o carro da frente abre e o de trás fecha, ir de chinelo para poder dizer que não podia abrir porteira porque estava de chinelo (risos)... tinha esses truquezinhos — contou Juliana Paes, intérprete de Maria Marruá.

Irandhir Santos, que interpreta Joventino, completou entregando que também havia a turma que entrava no carro e fingia estar em um sono profundo, só para se livrar da missão. E, se desse vontade de fazer xixi na estrada, aí sim a situação complicava.

— Para mim, o mais difícil era quando dava vontade de fazer "pipi" à noite, voltando para a fazenda. Porque aí era ir para trás do carro, abaixar e fazer. E o medo de vir um bicho na hora que você está fazendo... — revelou Juliana. 

Perereca no banheiro

Por falar em xixi, teve gente que passou semanas sem usar o banheiro. Letícia Salles, que vive Filó na fase jovem, recebeu a visita inconveniente de uma perereca no lavabo do quarto em que estava hospedada. Com medo de encarar o anfíbio, a atriz decidiu que iria interditar o cômodo e passou a usar o dos colegas.

Foi salva quando Malu Rodrigues, que interpreta Irma na primeira parte da trama, chegou para dividir o quarto com ela, cerca de 20 dias depois. Só esqueceu de contar para a nova roommate que as duas não estavam sozinhas. 

— Fui abrir a pia do banheiro e pulou uma pererequinha. Eu dei um grito, e aí a Letícia: "Ai, menina, a perereca. Tá aí há uns dias, não tive coragem de tirar". No fim, salvei Letícia da perereca e salvei a perereca — lembrou Malu, aos risos. 

Mergulho com jacaré

Apesar do susto, sorte de quem deparou apenas com uma perereca. Juliana Paes, por exemplo, não teve a mesma ventura: quase acabou "estreitando a relação" com um jacaré. 

— Estava fazendo uma cena em que a Maria já estava grávida e pediram para eu ficar boiando. Então, quando você boia no rio, os ouvidos ficam totalmente submersos. Eu estava ali, no meio do rio, paradona, e "dale" mudar a câmera de posição. Bota a câmera pra cá, bota a câmera pra lá, e eu boiando. Só escutava uns barulhos de água. Daqui a pouco, começo a escutar uns barulhos mais altos — lembrou. 

Quando a intérprete de Maria Marruá entendeu o motivo do alarde, virou em perna para fugir do réptil que vinha em sua direção. 

— Era o André da nossa produção gritando: "Saaaai, saaaaaai". Quando eu olhei para o lado, o jacaré vinha traçando uma reta. O jacaré viu aquela carcaça boiando ali, barriga pra cima, e traçou uma reta na minha direção. Aí foi eu saindo correndo, barriga pendurada, uma loucura. Quase que tomo uma mordidinha de jacaré — contou, divertindo-se com a situação. 

Mas o elenco afirmou que, ainda que assustadora, a convivência com o animal era pacífica. Bruna Linzmeyer, intérprete de Madeleine na primeira fase, revelou que era possível mergulhar no rio ainda que o réptil estivesse presente, desde que respeitando o espaço do animal. A colega Letícia Feijó, no entanto, brincou:

— A gente passou um sufoco com ela nos rios... Ela ia para uns lugares desbravar que eu ficava: "Bruna, pelo amor de Deus, volta". 

Apesar da fama de destemida, Bruna tinha seu ponto fraco.

— A ariranha é intensa. Lembro que quando a ariranha passava eu saia do rio, esperava na areia, ela passava e depois eu entrava de volta — admitiu.

Queixada vem aí

Se o jacaré é "de boas" com a presença dos humanos, a ponto até de curtir um mergulho em conjunto, o queixada não é. O animal, cujo nome científico é Tayassu pecari, é um mamífero semelhante ao porco, porém bem menos amigável do que o parente Baby.

É chamado de queixada porque tem o costume de bater o queixo, fazendo um som alto que traz o alerta: "Cuidado, o queixada vem aí". Já nos primeiros dias no Pantanal, o elenco aprendeu que, se ouvissem o "tec-tec-tec", o melhor a fazer era correr ou subir em uma árvore. 

— Quando a gente chegou lá, o pessoal já falou: "Ó, bicho mais perigoso aqui do Pantanal não é onça, não é jacaré, é o queixada. Se você escuta esse barulho tem que sair, porque ele vai passar por cima de você. Ele vem correndo e quebra até perna de cavalo, é um terror" — contou Gabriel Stauffer, que vive a versão jovem de Gustavo.

O ator guardou a lição, mas pensou que não daria o azar de se encontrar com o animal. Até que, prestes a deixar o Pantanal, ele quis ter um momento para se despedir da natureza do local, resolvendo cruzar um rio por dentro em vez de passar pela ponte, e o "tec-tec-tec" apareceu. 

— Andando, mato fechado dos lados, o canto dos pássaros, pensei: "Cara, que dia lindo". Olhei uns 20 metros para a frente e, do nada, "tec-tec-tec", o barulho do queixada. Gente, eu não consegui pensar em mais nada, saí correndo atrás de um outro ator e gritando: "É o queixada, é o queixada, corre". A gente entrou no carro desesperado. Segui pianinho o caminho inteiro — lembrou, gargalhando. 


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