Marcante
Atores da primeira versão de "Pantanal" relembram cena de castração de Alcides: "Assustador"
Sequência que causou comoção entre o público ainda não foi confirmada no remake que está no ar
Uma das cenas mais marcantes da primeira versão de Pantanal, a castração de Alcides feita por Tenório ainda não foi confirmada no remake que está no ar na Globo. Mas quando foi exibida, em 1990, a sequência causou comoção entre o público.
Na cena, o vilão (lá vivido por Antônio Petrin) descobre que está sendo traído pela mulher, Maria Bruaca (Ângela Leal), com o peão (Ângelo Antônio), e decide se vingar prendendo o funcionário pelos braços e levando uma faca quente em direção a suas genitálias. Apesar da castração — que depois se descobre que não deu muito certo —, os dois conseguem escapar com vida.
Para os atores, o momento da gravação foi tenso. Ao jornal Extra, Ângelo Antônio relembrou o clima nos bastidores:
— Foi assustador. A gente não acreditava (que ia fazer a cena). Lembro de ser um momento de muita surpresa e impacto. Imagina isso no ar naquela época?
Antes mesmo de começarem a gravar, a equipe da novela já estava comovida, como recordou Antônio Petrin em entrevista ao jornal O Globo.
— Saímos muito cedo da fazenda onde estávamos para andar um espaço grande até o local em que a cena seria gravada. Lembro que eu e Ângelo Antônio caminhávamos lado a lado e nem nos olhávamos, era um silêncio aterrador. Sabíamos da dificuldade que seria gravar aquela cena, carregada de emoção.
Quando a gravação começou, Ângelo estava deitado na rede, e a câmera captava o rosto de Petrin olhando por uma janela.
— Olhei para a cara do diretor, o (Carlos) Magalhães, e vi lágrimas saindo pelos seus olhos. Aquilo me provocou muito, redobrou a minha emoção, eu tremia — conta Petrin. — A Ângela Leal ali ao lado, sofrendo com a cena... Foi um dos momentos mais marcantes da minha trajetória como ator em termos de emoção e de dificuldade de gravar em um lugar tão inóspito.
A tensão era tamanha que o elenco ficou aliviado quando o diretor gritou "corta".
— Caímos na risada, como sempre acontecia — comentou o intérprete de Tenório. — Fazer papel do vilão é se divertir muito. Sempre penso: "Que maldade vou fazer hoje?". E o público morre de raiva da gente.
O ator ainda recordou que, na época, o personagem mexeu tanto com o público que ele chegou a ter sua casa em Santo André, São Paulo, apedrejada. Em outra ocasião, o artista estava em uma loja no aeroporto de Campo Grande (MS) e duas senhoras partiram para cima dele e tentaram lhe dar bofetadas.