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Só se Fala Noutra Coisa!

Guri de Uruguaiana e a visita do mestre da trova a Santiago

Gaudério ainda comenta sobre a criatividade do pobre

18/06/2022 - 10h00min


Fabrício Eckhard / Divulgação
Um salve a Jayme Caetano Braun, chê!

Chê! Esse causo, além de verídico, aconteceu de fato. E foi com Jayme Caetano Braun (1924 – 1999)! 

Não, não é parente do Charlie Brown e nem do Mano Brown. Jayme Caetano Braun, o maior pajador (é o trovador que recita a pajada, uma forma de poesia improvisada, ou não, com estrofes de 10 versos e acompanhamento do violão) gaúcho! 

Ele foi participar de um evento lá em Santiago, em um baita ginásio. O começo do evento já estava atrasado, mas o povo não tinha jeito de silenciar! Uma barulheira, ninguém prestava atenção no mestre de cerimônias… Aí, passaram o microfone para o Jayme: 

– Faz algum verso aí, para ver se esse povo presta atenção! 

O Jayme pegou o microfone, pensou... Dali a pouco, veio o estalo: 

– Santiago do Boqueirão, quem não é bandido é ladrão! 

A plateia ficou em um silêncio ensurdecedor. Bah! Todo mundo em Santiago odiava esse verso mequetrefe e pouco original que circulava por lá. Que baita desaforo! Uns baguais já estavam querendo chamar o Jayme Caetano Braun na chincha! Foi quando o pajador completou: 

– Aqui mataram minha saudade e roubaram meu coração! 

Ganhou a multidão! 

REENCARNAÇÃO

Fabrício Eckhard / Divulgação
A criatividade do povo é digna de palmas, vivente!

Chê! Todo pobre de verdade, como eu, acredita em reencarnação. Mas não estou falando de reencarnação de almas. Bem capaz! Me refiro à reencarnação de objetos. 

Em casa de pobre, quando morre uma toalha, nasce um pano de chão. Acaba um extrato de tomate ou requeijão, nasce um copo novinho para colocar na cristaleira! Uma “brusinha” dá adeus, mas surge um pano para tirar pó! Morre um pote de margarina, nasce um pote de plástico. Morre um refrigerante, nasce uma jarra de suco ou até mesmo uma bolsa térmica para esquentar os pés nos dias frios. Morre uma sacola de supermercado, nasce saco de lixo ou uma touca de cabelo. 

E quando morre um pote de sorvete, nasce uma embalagem para congelar o feijão! 

A salvação do meio ambiente somos nós, os pobres: a gente sim, sabe reciclar! Mas que barbaridade!

TIRINHA

Artebiz / Divulgação



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