Ator, escritor, poeta, palestrante, colunista, ativista e, mais recentemente, cineasta. Sérgio Rosa, de Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, acumula experiências diversas, mas, em todas elas, tem como foco principal mostrar para o Brasil inteiro as vivências do povo negro. Dar voz a uma população tradicionalmente invisibilizada é o que move esse inquieto artista de 44 anos, mais de 20 deles dedicados à arte.

Cria do teatro, é no palco que Sérgio se diz mais realizado, apesar de já ter se embrenhado pela literatura e, desde o início da pandemia, ter se dedicado às produções audiovisuais.

– A arte reverbera em mim, eu sou a arte e tenho o teatro como minha mola propulsora – garante ele.

Com o objetivo de dar espaço ao povo negro do Brasil e do mundo, Sérgio criou o Afro Cena, canal no YouTube em que entrevista personalidades da cultura afro, que contam suas histórias, vivências, resistências e resiliências.

– O importante é poder semear esses conteúdos, essas narrativas, para que possamos fazer a nossa sociedade mais consciente, humanizada, voltada para todos e de todos – afirma.

Referências

Apaixonado por atuação desde a adolescência, Sérgio tem como principais ídolos nomes como Lázaro Ramos, Zezé Motta e Milton Gonçalves (1933 – 2022). No cinema, bebe da fonte de Spike Lee, cineasta famoso por dar destaque a questões raciais.

Combate ao racismo

Sérgio lembra que o Rio Grande do Sul lidera um triste ranking nacional: é o Estado com maior número de denúncias de racismo. Por isso, ressaltar a importância da população negra na formação da cultura nacional é mais do que um projeto de vida: é uma luta diária para o ator. Depois de filmar dois documentários de forma independente (Sou Quilombo, com depoimentos de quilombolas do país inteiro, e 20 por 50, a respeito do cinquentenário do Dia da Consciência Negra), Sérgio se prepara para mostrar ao público seu terceiro trabalho audiovisual. Em O Lado Negro de Venâncio, mais de cem pessoas do município soltam suas vozes em um mosaico de narrativas. 

– Para nós, quando a coisa está preta, é porque está boa. Não nos víamos representados. A gente se viu no invisível – explica ele, que adianta o que será mostrado no novo projeto:

– É uma grande aula de história, falando sobre negritude a partir do olhar dessas pessoas negras.

Com estreia marcada para o dia 13 de agosto, em Venâncio Aires, O Lado Negro de Venâncio em breve estará disponível para o público em geral, dividido em episódios, que serão postados no canal do artista no YouTube.

Plantar bons frutos para colher uma sociedade mais justa e igualitária: este é um dos propósitos de Sérgio com sua arte.

– Busco deixar sementes, principalmente para nossas crianças e adolescentes. Traduzir para eles aquilo que acredito ser importante para transformar nossa sociedade, uma sociedade com pessoas melhores. E me utilizo da arte como ferramenta de problematização, instigação – finaliza.

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/// Para falar com Sérgio Rosa, ligue para 99670-1033.