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Com cenas gravadas em Pernambuco e Alagoas, "Mar do Sertão" exalta o povo e as paisagens nordestinas

Nova trama das 18h estreia nesta segunda-feira

22/08/2022 - 09h00min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Ronald Santos Cruz / TV Globo/Divulgação
Zé Paulino e Candoca serão separados por uma tragédia

O regionalismo está em alta na telinha. Além das belezas do Pantanal, exibidas na novela das nove, a partir de hoje outro pedaço do Brasil ganha foco por meio da ficção. Com cenas gravadas em Pernambuco e Alagoas, Mar do Sertão, nova trama das seis, apresenta ao público a fictícia Canta Pedra, cenário de grandes amores, intrigas e ambição. 

Canta Pedra surgiu na mente criativa de Mario Teixeira, mas o autor destaca que a cidade inventada é um cenário universal.

– Falar de uma pequena aldeia é falar do mundo, acho que os tipos humanos se repetem sempre. A trama é ambientada no interior de um Brasil profundo, mas, ao mesmo tempo, dentro de todos nós – conta o autor.

Como todo bom folhetim, Mar do Sertão está centrada em uma forte história de amor. Candoca (Isadora Cruz) e Zé Paulino (Sergio Guizé) são dois jovens apaixonados e cheios de esperança no futuro que estão prestes a trilhar juntos. 

Aos 24 anos e estreando como protagonista, Isadora destaca a potência de sua personagem:

– Candoca tem o poder de ajudar, o poder de dar voz como mulher. Acho que ela é movida pelo  amor aos animais, ao meio ambiente, à preservação da natureza, o amor ao Zé Paulino, à mãe, às amigas. Candoca é movida pelo amor, esperança, fé num futuro melhor, no poder da voz para  poder transformar a realidade.

Fábio Rocha / TV Globo/Divulgação
Isadora Cruz vive sua primeira protagonista

Paraibana de João Pessoa, Isadora empresta seu sotaque e sua garra nordestina para uma mocinha “arretada”, que não abaixa a cabeça nem quando seu mundo parece desmoronar.

– Essa personagem tem a força feminina, de entender o poder de sua voz como mulher e saber se impor para os homens tão poderosos de Canta Pedra e em uma sociedade tão machista. Ela tem coragem e força de se colocar para mudar a realidade da cidade e poder empoderar cada vez mais as mulheres – explica Isadora.

Tragédia e recomeço

Os caminhos de Candoca e Zé Paulino tomam rumos diferentes quando o vaqueiro sofre um grave acidente, no qual é dado como morto. É aí que entra a determinação de Tertulinho (Renato  Góes), que há muito sonhava em conquistar o coração da moça. 

– Após a “morte” de Zé Paulino, Tertulinho acolhe Candoca. Ele a ajuda quando ela mais  precisa, é um amor baseado na praticidade da vida. Vai ser muito difícil essa escolha dela,  tanto Zé Paulino quanto Tertulinho são muito especiais – adianta a atriz.

Ronald Santos Cruz / TV Globo/Divulgação
Personagem de Guizé será dado como morto

Após 10 anos, Zé Paulino está de volta a Canta Pedra, mais vivo do que nunca. Porém, ele descobre que sua amada acabou se casando com outro homem. Sergio Guizé explica a reviravolta na  trajetória de seu protagonista:

– Eu penso nessa fase como uma virada do personagem. Tem a primeira fase, que é inocente, apaixonada, solar. E tem esse outro momento, em que Zé Paulino volta do coma, e o casamento entre Tertulinho e Candoca mexe muito com ele, que desconfiava da relação da noiva com o rival, o que acaba se confirmando.

De peão a playboy

Paulo Belote / TV Globo/Divulgação
Tertulinho e os pais, Tertúlio e Deodora

Poucos meses depois de se despedir da primeira fase de Pantanal, na qual viveu o jovem José Leôncio, Renato Góes está de volta à telinha, desta vez com um personagem de caráter duvidoso.

No processo de transição entre um personagem e outro, Renato conta que não foi fácil se desvencilhar da saga pantaneira. Para mergulhar de vez na pele de Tertulinho, ele até parou de acompanhar a trama das nove.

– Parei de ver Pantanal há mais de dois meses. O negócio é meio automático. Eu saía na rua, mesmo já trabalhando aqui (em Mar do Sertão), e alguém falava: “Zé Leôncio”. Aí, eu já dizia: “Araaa”. Precisei desconectar, sabe? Mas no dia a dia, foi realmente natural. O que me conquistou no novo personagem é que é muito mais leve do que os últimos trabalhos que fiz – afirma Renato.

Renato é um dos muitos atores nordestinos que fazem parte do elenco. Natural de Pernambuco, ele ressalta a importância de ter a presença de conterrâneos em cena:

– Agrega demais da conta, não existe fazer uma novela chamada Mar do Sertão sem pessoas do Nordeste. Cabe a nós trazer essa diversidade para  a televisão, trazendo talentos novos.

Filho do Coronel Tertúlio (José de Abreu) e de Deodora (Débora Bloch), Tertulinho se encanta por Candoca logo no início da trama. Mas, para ter a moça em seus braços, ele terá que tirar Zé Paulino do caminho.

Cenário é um show à parte

As locações onde foram rodadas as primeiras cenas devem ser um show à parte para o público. Segundo o diretor Allan Fiterman, gravar na região foi essencial para começar a contar essa história:

– Conseguimos lugares incríveis para retratar o sertão e fazer acontecer. Fomos para Alagoas, Vale do Catimbau. Nossa cidade cenográfica foi inspirada na cidade de Piranhas.

A equipe situou a fictícia Canta Pedra entre os sítios arqueológicos do Vale do Catimbau, em Pernambuco, e a imensidão do Rio São Francisco, em Alagoas. Para o elenco, viajar para o lugar ajudou na composição de seus personagens, além de aumentar o entrosamento da equipe.

– A viagem foi rápida, mas fundamental, não só de imagem, mas de personagem, entender o bioma em que a gente estava, entender de fato o nosso ambiente – destaca Renato.

Guizé concorda com as palavras do colega e acrescenta:

– Não estava acostumado com aquele ambiente, o semiárido, queria saber como os personagens se relacionavam, como começaram a ganhar vida. As cores do lugar e o clima ajudaram muito na composição dos personagens.


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