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"Ele é amoral", diz Eriberto Leão sobre Diogo, seu papel em "Ilha de Ferro"

Artista ainda comenta sobre seus projetos no cinema e no teatro

08/09/2022 - 11h03min


Amanda Souza
Amanda Souza
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Victor Pollak / TV Globo,Divulgação
Eriberto Leão interpreta o ambicioso Digo em "Ilha de Ferro"

Eriberto Leão, 50 anos, é um ator que transita muito bem pelo palco, pela TV e pelo cinema: está no elenco de dois filmes que estrearam neste ano (Maior que o Mundo e Assalto na Paulista) e na telinha na segunda temporada da série Ilha de Ferro, exibida às quintas-feiras na Globo. Antes disso, conquistou os noveleiros em Além da Ilusão (folhetim das seis que acabou em 19 de agosto), com o personagem Leônidas, que, assim como o próprio Eriberto, apostava no amor como cura para todo mal.

Versado no meio musical, o paulista de São José dos Campos ainda pretende emplacar dois novos projetos no teatro: uma releitura do musical Jim, quando completar 10 anos, e um show sobre o cantor Belchior (1946 – 2017).

Em Ilha de Ferro, Eriberto interpreta um tipo totalmente diferente dos mocinhos que costuma encarnar em produções televisivas: um homem ambicioso, que faz o que julga necessário para atingir seus objetivos. Amoral, ele não admite o fato de ser contrariado e encara o protagonista Dante (Cauã Reymond) como uma pedra em seu sapato. Confira o bate-papo com o ator!

Você atua em Maior que o Mundo e Assalto na Paulista. São dois filmes bem diferentes: um é comédia, o outro é de ação. É uma escolha atuar em roteiros tão diversificados?
Eu tive a sorte de ser convidado para dois grandes roteiros. E tive mais sorte ainda de serem tão diferentes um do outro. Pude trabalhar uma elasticidade que eu acho essencial ao trabalho do ator. Então, tive a sabedoria de aceitar ambos os roteiros. Foram realmente grandes presentes para mim.

Sua atuação em Além da Ilusão, como o Leônidas, foi muito celebrada pelo público. Como foi participar da novela que acabou recentemente? E que tal a parceria com Paloma Duarte, que interpretou Heloísa, par romântico de seu personagem, e com Antonio Calloni, o Matias?
Além da Ilusão foi uma novela que conquistou a audiência e, o que eu acho mais valioso, o coração do público, que realmente embarcou na jornada da novela e se envolveu emocionalmente com ela. Poder fazer um personagem como o Leônidas em uma novela que teve esse resultado verdadeiro, espontâneo e sincero junto ao público foi um grande presente. Eu fico muito grato. Foi um personagem que sempre acreditou na cura por meio do afeto, do amor. Eu acredito também nisso: que o amor é a única revolução verdadeira, acredito que o amor pode salvar a nossa civilização, pode salvar o nosso país, pode salvar tudo. Então, eu fico muito feliz de ter feito parte dessa novela com um personagem como o Leônidas. Além de tudo isso que eu disse, trazia uma discussão, que a Nise da Silveira (1905 – 1999, médica psiquiatra brasileira, que foi representada pela atriz Gloria Pires na novela) revoluciona, sobre o tratamento manicomial através do afeto, do amor e da arte, porque a arte salva, a arte cura, e de elevar a importância da arte a esse patamar, de realmente curar a nossa sociedade. Trabalhar com Paloma e Calloni foi um grande prazer, uma grande alegria. São parceiros generosos, extremamente talentosos. Era bom no camarim, era bom em cena. Então, fui muito bem-aventurado de tê-los ao meu lado. Eu só agradeço.

TV Globo / Divulgação
Parceria com Paloma Duarte foi celebrada pelo público em "Além da Ilusão"

Você já é estrela de mais um projeto na TV aberta: a segunda temporada de Ilha de Ferro, que está no ar desde 25 de agosto. Como foi dar vida a Diogo?
O Diogo é um personagem bem diferente de todos que fiz. Ele é um predador capitalista, que só pensa em resultados, em dinheiro e na sua própria ambição. Ele é amoral, desprovido de qualquer senso de moral, para conquistar o que quer dentro do que acredita. Ele é noivo da personagem da Mariana Ximenes (a psiquiatra Olívia),  tem uma relação bem conflituosa com ela: eles se amam e se odeiam ao mesmo tempo. Não vejo como uma relação saudável, mas acho que vai levantar muitas discussões, vai ser muito interessante. Ao mesmo tempo, ele é neto (de João Bravo, personagem de Osmar Prado) e irmão (de Júlia, interpretada por Maria Casadevall) de petroleiros que acreditam em lutas sindicais, que são extremamente legítimas e necessárias, mas é contra isso tudo. Então, ele faz um contraponto muito grande ao próprio avô e à própria irmã. Ele é o presidente da Federativa em que tanto o avô quanto a irmã trabalham. Diogo sempre coloca os interesses pessoais acima dos coletivos. Esse é o grande conflito dele com a família.

Sua carreira na música é extensa. Como estão os projetos artísticos nesta área?
No ano que vem, eu penso em fazer uma homenagem aos 10 anos do meu musical, Jim (inspirado na obra e poética de Jim Morrison, 1943 – 1971, vocalista da banda The Doors), com uma outra roupagem, como se o Jim Morrison tivesse a minha idade, 50 anos, como se ele não tivesse morrido. E também o meu projeto sobre Belchior, o meu show sobre Belchior, que tem sempre a possibilidade de acontecer. Vamos ver como vai ser o meu ano que vem, os meus trabalhos, se eu vou conseguir criar e conceber o meu Belchior. Eu acho que ele tem uma mensagem absolutamente atual e necessária para o nosso país.


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