Últimos capítulos
Relembre dez momentos inesquecíveis de "Pantanal"
Trama de Bruno Luperi chega ao fim no dia 7 de outubro
“Os filhos dos filhos dos filhos dos nossos filhos verão”. Do tema de abertura aos cenários paradisíacos, passando pelo jeitinho todo peculiar de falar, com expressões que caíram na boca do povo – “ara”, “tô com ‘reiva’”, “quérimbora” – e com destaque para o elenco impecável, Pantanal já é um dos grandes clássicos da teledramaturgia da Globo.
Se a primeira versão, da extinta TV Manchete, foi um marco dos anos 1990, a novela de 2022 confirmou que grandes histórias sempre valem a pena ser recontadas. No coração do Brasil, lendas, velhos mistérios, grandes amores e ódios prenderam os telespectadores diante da tela nos últimos meses. Antes de conhecermos o desfecho da saga, que vai ao ar dia 7, “bora” relembrar as sequências mais impactantes da trama!
Mãe coragem
Juliana Paes teve uma curta, mas marcante participação na trama. Em momentos carregados de emoção, Maria Marruá impactou o público desde a trágica disputa de terras no Paraná até sua chegada ao Pantanal. Perdeu três filhos e o marido baleados, mas também fez suas vítimas, sob a forma de mulher ou de onça. Entre as sequências emblemáticas, estão o nascimento de Juma, a que se seguiu a primeira metamorfose de Maria em felino. Inesquecível também foi a despedida da personagem, que não se entregou sem lutar com o pistoleiro Lúcio (Erom Cordeiro).
De pai para filho
As rodas de viola eram momentos de descontração dentro e fora de cena. Seja pelos insistentes pedidos de Zé Leôncio – “toca Cavalo Preto, ara!” –, seja pelas modas carregadas de melancolia, quando os músicos ponteavam a viola, todos paravam para ouvir.
Tibério (Guito) que me desculpe, mas o grande momento da novela foi a dobradinha de Almir e Gabriel Sater, pai e filho, em um incrível duelo musical. Gabriel arrasou como Trindade, papel que, há trinta anos, foi de Almir. Na atual trama, o veterano desbravou o rio com sua chalana na pele de Eugênio.
A “réiva” da onça
Assim que o remake de Pantanal foi anunciado, muitas especulações surgiram a respeito da atriz que daria vida à icônica Juma Marruá. As primeiras cenas de Alanis Guillen como a menina-onça não deixaram dúvidas: era ela, não poderia ser outra. Aos 23 anos, a jovem foi alçada ao patamar de grande estrela do horário nobre, esbanjou talento em uma personagem difícil e repleta de nuanças e impressionou a cada capítulo. No olhar e nos gestos, virou onça aos olhos do público, como ocorreu ao atacar Solano (Rafa Sieg), em cenas de arrepiar.
Período fértil
Pouco depois de dar cabo do matador Solano, Juma começou a sentir as dores do parto. Para dar à luz sua marruazinha, ela pegou o barco, atravessou o rio e se embrenhou na mata, onde foi acolhida pelo Velho do Rio (Osmar Prado). Durante toda a sequência, Alanis brilhou mais uma vez.
O ar do Pantanal deve favorecer a fertilidade, afinal, no mesmo capítulo, outro parto agitou as terras de José Leôncio (Marcos Palmeira). Irma (Camila Morgado) sofreu para trazer o “cramulhãozinho” ao mundo, o que só aconteceu após a chegada de Trindade (Gabriel Sater), para alegria dos telespectadores que já estavam com saudade do violeiro.
Fivela de respeito
Em meio a jacarés, tuiuiús e onças, também há espaço para muito romance. Mas é claro que até a sedução pantaneira acontece de forma bem peculiar. Depois que descobriu a traição de Tenório (Murilo Benício), Maria Bruaca (Isabel Teixeira) ficou cheia de amor pra dar, principalmente pros lados de Alcides (Juliano Cazarré). Dos diálogos mais engraçados entre os dois, um caiu na boca do público e virou meme nas redes sociais:
– Nossa, “Arcides”, não sabia que “ocê” andava armado.
– Armado nada, é só a fivela do cinto somente.
– Fivela de respeito.
Pelo jeito, amor de fivela é o que fica. Apesar de tudo que passaram, Maria e Alcides já têm seu final feliz garantido.
Justa homenagem
A família Teixeira marcou presença na novela do começo ao fim. Na primeira fase, Chico Teixeira viveu Quim, um dos peões de confiança do jovem José Leôncio (Renato Góes).
Passados muitos anos, foi o músico Renato Teixeira, pai de Chico e Isabel Teixeira na vida real, quem interpretou o velho Quim, que morreu de tristeza logo após a partida de seu inseparável amigo Tião (Fábio Neppo). Foram cenas simples, mas carregadas de emoção, uma justa homenagem a um dos mestres do cancioneiro popular.
Final sangrento
Nem só de rodas de viola, amores quase impossíveis e passeios de chalana foi feita Pantanal. Ação, suspense e uma morte trágica marcaram a sequência em que Levi (Leandro Lima) se despediu da novela.
Depois de aterrorizar Muda (Bella Campos), ter embates com Alcides e Juma, o peão pilantra foi perseguido no rio por Tibério e Trindade. Ferido e acuado, caiu sozinho e virou refeição para as piranhas do local.
Maria Chalaneira
Após várias ofensas, ameaças e até um tiro disparado, enfim Maria e Tenório colocaram um ponto final no casamento. O grileiro expulsou a mulher de casa, deixando claro que ela não veria um tostão do dinheiro e bens que lhe cabiam.
Sem ter para onde ir, ela fincou pouso na chalana de Eugênio, servindo de ajudante e amiga para o solitário pantaneiro. A atriz mostrou que talento vem de berço e soltou a voz em algumas cenas. Em uma das mais marcantes, entoou Meu Primeiro Amor, ao mesmo tempo em que jogava no rio a aliança do casamento desfeito.
Isabel Teixeira foi uma das gratas surpresas que Pantanal trouxe para o público, além de ter feito da personagem a voz de que muitas mulheres precisam para dar um basta em relacionamentos abusivos.
Nosso “mardito” favorito
Dentre os diversos memes que circularam pela internet nos últimos meses, um deles falava sobre a dificuldade de odiar Tenório. Obstáculo: Murilo Benício.
Não é à toa, afinal, mesmo com a trajetória odiosa do personagem – que teve na semana passada o ápice da maldade ao violentar Alcides – o talento do ator quase faz com que o público se compadeça do pilantra. Isso porque Tenório tem traços de humanidade, faz piada, é irônico e chora. E não são lágrimas de crocodilo (ou jacaré?), e, sim, momentos de legítima emoção, como na morte do filho Roberto (Cauê Campos).
Incrível guardião
Não é fácil elencar uma só cena do Velho do Rio. Osmar Prado foi brilhante e fez do personagem um dos mais queridos da novela.
Dos conselhos a Jove (Jesuíta Barbosa), Juma e José Lucas (Irandhir Santos) às sequências singelas, sozinho no meio do rio, tudo foi inesquecível na trajetória do guardião. Destaque aqui para o discurso dele no casamento de Juma e Jove, com direito ao repique do berrante no final, que deixou até o cético José Leôncio arrepiado.