Novela das sete
Rival de Lou em "Cara e Coragem", Mika Makino diz que Ísis não é vilã: "Vai se tornar mais sensível"
Atriz fala sobre os desafios de aprender dança aérea para a novela
A semana não foi fácil para Ísis, que depois de mais uma discussão com Renan (Bruno Fagundes), foi atropelada e perdeu o bebê que esperava do pilantra. Para Mika Makino, intérprete da dançarina, sequências como essa são de desafio e gratidão por mostrar seu trabalho em Cara e Coragem. A baiana de 29 anos contou a Retratos da Fama como têm sido os aprendizados físicos e emocionais proporcionados pela trama.
Foi mais difícil ensaiar a dança aérea ou achar o tom de uma jovem obcecada, como Ísis é com Renan (Bruno Fagundes)?
Na verdade, foi muito prazeroso treinar a dança vertical, porque já era uma modalidade que eu tinha muito desejo de aprender há alguns anos. Já quanto ao tom, eu admito que não foquei no estudo desse registro obsessivo, porque acredito que a própria narrativa e os diálogos propostos na dramaturgia já dão conta da construção dessa relação problemática. Mas achei importante compreender a personagem, suas motivações, de onde ela fala e porque ela age como age. Torná-la palpável e real para mim, humana, foi o mais importante e o que mais trabalhei.
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Apesar da rivalidade com Lou (Vitória Bohn), você já comentou que não considera sua personagem uma vilã. Acha que ela pode se redimir dos erros que cometeu até o final da trama?
Com certeza! Não sei dizer se pedir desculpas ou se tornar uma amiga da Lou, mas certamente de se tornar uma pessoa menos amargurada, mais amigável e sensível aos outros.
A relação de Ísis e Renan é tão tóxica — ou até mais — do que a que ele tinha com a Lou. o que você diria para uma amiga que passa por esse tipo de situação?
É algo extremamente delicado. Acho importantíssimo salientar, primeiramente, que a pessoa que está nessa situação muitas vezes ou não sabe que está nela ou, quando sabe, não quer acreditar que esteja passando por essa situação. É preciso não olhar para essa pessoa como burra ou merecedora dos sofrimentos que passa e não normalizar as violências cometidas contra elas ou perpetuadas pelas mesmas. Tendo isso em vista, o contexto interfere muito no modo como eu abordaria o assunto, pois dependendo da situação essa amiga pode entrar numa defensiva e pode se afastar mais ainda de quem realmente a ama e se preocupa com ela e, a depender da circunstância, pode colocá-la inclusive mais em risco. Eu a incentivaria a ter seus projetos pessoais, a ter um trabalho próprio, a focar mais nos próprios prazeres, a observar tudo o que a faz mal com o máximo de honestidade consigo mesma e se vale a pena todo tempo investido em algo ou alguém que tem trazido muito mais angústia e dor. Que ela tem uma vida inteira pela frente, que de fato dificuldades existem em todos os caminhos que escolhemos, mas que podemos viver com o coração mais leve possível a partir de nossas escolhas, nos arrepender e escolher caminhos que sejam menos penosos, para que os sofrimentos sejam o mais passageiras possíveis.