Qual é o significado do Natal para você? Para a maioria das pessoas, apenas palavras positivas vêm à mente: paz, fé, gratidão, união, amor... Para os personagens desta reportagem, a definição do Natal, neste ano, transcende a mera junção de letras e sílabas. Afinal, como explicar o sentimento de estar à espera do primeiro filho? Ou a emoção de ter vencido uma batalha que parecia intransponível? 

Em clima natalino, Retratos da Fama conversou com os comunicadores do Grupo RBS Andressa Xavier, Kelly Matos e Daniel Scola, que contam um pouco sobre as sensações nesta época do ano, quando vai chegando ao final um 2022 repleto de mudanças para cada um deles, e enviam recados inspiradores e carinhosos aos leitores do DG.

“Meu melhor presente está aqui comigo”

Andressa Xavier teve um 2022 intenso. No âmbito profissional, se destacou na cobertura eleitoral, mediando acalorados debates entre os candidatos ao governo do Estado. Na vida pessoal, se prepara para seu maior desafio: a chegada da primeira filha, Antônia. 

A gravidez já estava nos planos dela e do marido, o comentarista e colunista  esportivo do Grupo RBS Diori Vasconcelos. 

– Queríamos e planejávamos engravidar este ano, mas nunca se sabe se vai demorar um mês ou um ano, né? Estávamos sem pressão, sem ansiedade. Acho que isso ajudou. A nossa surpresa foi que tudo aconteceu rapidamente, mas ela foi muito desejada! – conta a comunicadora e gerente de programação da rádio Gaúcha (93.7 FM).

Pedido atendido

Ao postar uma foto ao lado do marido, relembrando o Réveillon de 2021, Andressa escreveu: “Pedindo um ano novo feliz. Pedido atendido com louvor”. Antônia é um pedido realizado e também o maior presente da sagitariana, que completou 35 anos no dia 19. Seja de aniversário, seja de Natal, ela garante que não lhe falta mais nada neste final de ano:

– Meu melhor presente está aqui comigo, batendo o coraçãozinho pertinho do meu. De presente, peço saúde para mim e para os que amo. Com isso, a gente já faz um ano melhor! De resto, só posso agradecer a Deus por tudo.

Mamãe de primeira viagem, Andressa está preparada para encarar as dores e delícias da maternidade. Afinal, depois de uma complicada disputa eleitoral e as inquietações diante de um país polarizado, não há adversidades que a assustem. A situação mais desafiadora para ela, sem dúvida, foi mediar os debates na Gaúcha: 

– O primeiro foi mais complicado. Eu estava no começo da gestação, enjoando muito, e ninguém sabia ainda. Então era um desafio profissional misturado a um momento pessoal importante.

Esperança

Gestar uma nova vida provoca um turbilhão de emoções e preocupações. O futuro é incerto, mas Andressa está com as esperanças renovadas em relação ao mundo que Antônia irá encontrar em 2023.

– Sempre acredito que os bons são maioria e que vão cruzar nosso caminho. Quero um mundo de amor e tolerância – deseja ela, que sabe das responsabilidades de educar uma guriazinha em uma sociedade que ainda tem muito a avançar em questões como machismo e violência contra a mulher:

– Ela será mais uma guria querendo ocupar seu lugar e tendo voz para lutar pelo que quiser. Terá o apoio do papai e da mamãe para isso, além de muita gente boa que nos cerca e que já constrói, aos poucos, um lugar melhor para viver.

Se o Natal de 2022 já será emocionante, Andressa não consegue dimensionar o que a aguarda daqui a um ano. Será que ela consegue imaginar Antônia engatinhando entre os presentes e encantada com as luzinhas da árvore?

– Eu não faço ideia do que está por vir! Já tem quem diga que vou querer uma noite de sono como presente (risos). Mas falando sério, desejo um Natal em família. Tenho certeza de que a Antônia será a atração principal da festa e que os nossos familiares vão querer estar pertinho da pequena no primeiro Natal dela – projeta.

Preenchida por um amor que transborda, Andressa manda uma mensagem especial para os leitores: 

– Que seja um dia de união, de perdão, de encontrar quem vocês amam. E que o espírito natalino fique presente ao longo de 2023!

“Que todo mundo tenha saúde em 2023”

O final de ano do comunicador da Gaúcha e da RBS TV Daniel Scola será em clima de gratidão e esperança. Sentimentos opostos ao clima de incerteza e angústia que permeava sua vida nesta mesma época, em 2021. Em julho do ano passado, Scola descobriu um câncer no cerebelo. Após cirurgia para a retirada do tumor, seguiram-se, então, 33 sessões de radioterapia e seis ciclos de quimioterapia, período que ele considera o mais difícil de todo o tratamento:

– Eu tive momentos que me deixaram muito para baixo. Quando estava fazendo radioterapia, eu me sentia debilitado. Na quimioterapia, me sentia para baixo, triste, me derrubava fisicamente e mentalmente. 

O sofrido processo durou até maio. Agora, Scola pode dizer com convicção:

– Eu não tenho câncer hoje.

Perseverante e recebendo todo o apoio dos médicos, família e amigos, o jornalista seguiu firme em cada etapa do tratamento. Conta que não era muito atento a sua saúde antes de descobrir a doença. Hoje em dia, o autocuidado está no topo de sua lista de prioridades.

Retorno gradual

Após a última sessão de quimioterapia, Scola retomou gradualmente suas atividades. Em 26 de agosto, o texto Um novo começo em uma nova coluna marcou seu retorno ao trabalho, para alegria dos colegas e do público que torcia por sua recuperação. Na redação integrada de GZH e DG, foi recebido com festa, balões e muito carinho: 

– Este momento vai ficar na minha mente por muitos e muitos anos, porque foi muito marcante. 

A recepção de desconhecidos – ouvintes, telespectadores e leitores – foi surpreendente para ele.

– Foi a coisa mais impressionante que eu já vi na minha vida, chega a dar um arrepio a reação do público quando eu voltei. Eu não imaginava isso, sinceramente, eu não imaginava que fosse tão forte assim. Eu estou há um ano e meio afastado, e as pessoas ainda me reconhecem na rua. As pessoas não esquecem, o ouvinte de rádio não esquece, ele se identifica contigo, e o telespectador da TV também – conta.

Com duas colunas semanais em GZH, Scola vai aos poucos retomando sua rotina profissional. No dia 17, publicou a reportagem Conexão POA-EUA-Cuba, sobre a misteriosa conspiração para assassinar Fidel Castro (1926 – 2016) em 1963. O texto foi o resultado de leituras e intensa pesquisa de material histórico. Os livros, principalmente sobre História, foram sua principal companhia no período do tratamento.

Por enquanto, ele não consegue voltar ao microfone da rádio Gaúcha por conta de dificuldades na fala, mas tem se dedicado com afinco a sessões de fonoaudiologia e fisioterapia, com o objetivo de regressar totalmente às atividades no rádio e na TV.

As celebrações deste final de ano terão um sabor especial para Scola, que tem duas lindas razões para entrar no clima natalino: Joana, cinco anos, e Tereza, três, frutos de seu casamento com a jornalista Gabriella Bordasch. Ter a família reunida para celebrar um ano de pequenas e grandes conquistas é o maior presente.

– Temos duas filhinhas que são loucas para que chegue o Natal, e eu também, para comemorar com elas. Esse ano está diferente, botamos a árvore aqui em casa, com presentes para elas... Tem um significado especial, porque estou de volta com elas, e bem! – diz.

Ao fechar os olhos na virada de 2022 para 2023, Scola só terá um desejo para si e sua família: saúde. No encerramento da entrevista, o jornalista deixa um recado para os leitores do DG:

– É tempo de encontrar a família, renovar a esperança, que todo mundo tenha saúde em 2023.

“A gente vai na direção de um ano muito melhor” 

Kelly Matos começou o ano abrindo o coração para o público. Em janeiro, ao escrever a coluna O segredo de (quase) toda mulher, desabafou sobre as duas perdas gestacionais que sofreu em 2021. Com o texto, publicado em Zero Hora e GZH, ela tentava desmistificar um drama vivido por muitas mulheres, mas sobre o qual pouco se fala. A repercussão foi gigantesca. 

Por toda a trajetória em busca da realização da maternidade, estar gestando Gabriel neste Natal é uma sensação mágica para Kelly. Na correria do dia a dia, após uma tensa cobertura das eleições e com o marido, o também jornalista do Grupo RBS Eduardo Gabardo, recém-chegado do Catar, a comunicadora da Gaúcha conta que só agora parou para processar que já está na reta final da gravidez – entre o sétimo e o oitavo mês.

– Como eu passei por duas perdas, estar aqui, ter chegado até aqui, mostra que é possível – desabafa. 

Outra perda abalaria Kelly em 2022. Amigo pessoal, companheiro de trabalho e seu padrinho de casamento, David Coimbra morreu em maio, após uma longa batalha contra o câncer. Em meio ao processo de elaboração do luto, “conversava” com o amigo. Foi em um desses diálogos imaginários que ela fez um pedido especial.

– Uma vez eu falei: “Agora que passou pro lado de lá, poderia me ajudar, né?”. Ele morreu no dia 27 (de maio), e eu engravidei no dia 9 (de junho), então acho que ele ajudou – lembra, emocionada.

A descoberta da gravidez foi o melhor presente de aniversário para essa geminiana inquieta, que a partir de agora terá mais um motivo para celebrar o dia 9 de junho. Gabriel deve chegar ao mundo entre o fim de fevereiro e o início de março de 2023. O que espera por Kelly depois do nascimento do filho ainda é uma incógnita:

– Nascem outras preocupações, outros compromissos, o coração bate fora do peito. Gostaria muito de saber o que vai acontecer, mas não faço a menor ideia. 

Enquanto Kelly entrava no terceiro trimestre de gestação, preparando o corpo e a mente para a chegada de Gabriel, Gabardo estava do outro lado do mundo, envolvido com a cobertura da Copa. Depois de 45 dias longe, o jornalista esportivo levou um susto ao deparar com o barrigão da esposa.

– Agora, ele está tendo choques de realidade. O primeiro choque foi ver o quarto do bebê, ele ficou mega emocionado – relata Kelly, que já imagina o paizão que ele será:

– Como ele é um cara muito preocupado, de personalidade mesmo, acho que ele vai acabar pegando também essa tarefa, essa preocupação de cuidar.

Carinho pelo DG

Kelly recebeu com muita alegria o convite para estar nas páginas desta edição especial do DG, pois o jornal sempre foi uma leitura assídua de sua família, principalmente do pai, Erli. Ao final da entrevista, a mamãe do Gabriel deixa um recadinho para os leitores e manifesta um desejo:

– Ainda que estejam passando por períodos difíceis, vai passar. A gente tem que ter a resiliência de seguir adiante, também sendo solidário com a dor do outro. Não custa nada um sorriso, uma gentileza no trânsito, ser um pouquinho mais empático, que eu acho que a gente vai na direção de um ano muito melhor. E que o Gabi venha com saúde, né?