Chê! Esses dias, estava pensando nos bailes gaudérios de antigamente e lembrei de um causo. 

O bagual estava sentado num banco na beirada da pista de dança do baile. Ele já tinha tentando dançar com várias prendas, mas sem sucesso, pois era muito feio! Dali a pouco, se surpreendeu: a guria mais bonita da noite veio caminhando na direção dele. Uma morena de olhos verdes, mais atraente do que laranja de amostra. 

Com uma voz suave, ela disse: 

– Oi! Quer dançar? 

O bagual nem acreditou. Até olhou por cima do ombro, só para conferir se a conversa era com ele mesmo, mas estava sozinho ali. Gaguejando, respondeu: 

– Cla… Claro que eu quero!

E já foi se levantando do banco! Aí, a prenda disse: 

– Então, pode ir! Eu vou sentar no teu banco. 

Mas que barbaridade! 

Falando nisso, lembrei de outra história. No meio do baile, o bagual, que já estava borracho, resolveu subir no palco. Mandou a banda parar de tocar, pegou o microfone do vocalista e começou a cantar de galo: 

– Tchê! Eu quero saber se tem algum bagual aqui com coragem de entrar numa peleia! Ninguém? Bando de covardes! 

Silêncio. 

– Bah! Não tem um macho aqui com coragem de entrar numa peleia? – provocou. 

Um gaudério com dois metros de altura, 140 quilos e voz bem grossa falou: 

– Eu tenho! 

Vendo o tamanho da confusão que tinha arrumado, o borracho tentou contornar a situação: 

– Feito! Já arrumamos o primeiro! Agora, só falta o desafiante. Alguém se habilita?

Que falta de opção! 

Ajudando o pai

Na vila onde eu moro, tem um piá que está sempre arrumando confusão. Certo dia, o guri estava jogando futebol na rua e deu uma bicuda na bola com força. Resultado: espatifou a vidraça da janela do meu compadre, o Genésio! O dono da casa pegou o piá pelo braço e, furioso, disse: 

– Vem cá, piá! Fica fazendo arte o dia inteiro! No meu tempo, com a tua idade, eu já trabalhava! Por que não vai ajudar teu pai? 

O piá respondeu: 

– Mas eu já estou ajudando o meu pai! 

– Como assim? Se está sempre jogando bola na rua? – estranhou Genésio. 

– É que o meu pai é o dono da vidraçaria – explicou o guri.

Mas que barbaridade!

Te liga no meu show!

Chê! Se ainda não assistiu ao meu show, não perde tempo! São as últimas apresentações de Os Novos Causos do Guri de Uruguaiana Pós-Covid na programação do Porto Verão Alegre! 

Neste espetáculo, eu conto causos inéditos sobre a minha quarentena com a patroa e o desenvolvimento da vacina Bagualovac, além de novas paródias do Canto Alegretense e da participação especial do Licurgo, o gaúcho Emo. Te espero nos dias 7, 8 e 9 de fevereiro, às 21h, no Teatro CIEE (Rua Dom Pedro II, 861)! Os ingressos estão disponíveis no site.

TIRINHA