Noveleiros
Michele Vaz Pradella: uma novela que mostra a vida como ela é
Na primeira semana, "Vai na Fé" já tocou em feridas dolorosas da nossa sociedade
Entretenimento, diversão, boas atuações, trilha sonora empolgante e outros ingredientes são essenciais para uma boa novela. Vai na Fé tem tudo isso, mas vai além. Temas atuais, personagens com quem o público certamente irá se identificar e uma pitada de crítica social estão presentes na trama de Rosane Svartman.
Em uma semana no ar, Vai na Fé exaltou a força da mulher brasileira, que trabalha duro para sustentar a família, muitas vezes sozinha. É o caso de Sol (Sheron Menezzes) e sua amiga inseparável Bruna (Carla Cristina Cardoso). A dupla acorda cedo para vender quentinhas na rua, sempre tensas com a possibilidade de aparecer a fiscalização, mas sem perder o carisma e o sorriso no rosto. A protagonista ainda solta a voz na hora da divulgação, com paródias bem-humoradas de funks conhecidos.
No núcleo acadêmico, Jenifer (Bella Campos), filha de Sol, é uma das poucas cotistas de uma conceituada faculdade particular. Outro jovem da periferia que enfrenta as implicâncias dos colegas ricos é Yuri (Jean Paulo Campos). E foi dele a cena mais emblemática da semana. Confundido com outra pessoa, o garoto foi preso injustamente, pelo simples fato de ser negro e ter corrido ao ver o carro da polícia. Já vimos casos semelhantes no noticiário, infelizmente. E é aí que está a importância de usar a ficção para alertar sobre a realidade, metendo o dedo em feridas do nosso país.