Estrelas da Periferia
Maturidade no punk rock: conheça Juarez Mattos
Apesar da preferência pelo gênero musical, artista de Canoas tem repertório variado, que também conta com MPB
“Era um garoto, que como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones.” Juarez Mattos, 63 anos, bem que poderia ser o personagem da clássica canção de Os Incríveis, também gravada pelos Engenheiros do Hawaii. Desde pequeno, o músico dedilhava no violão ou na guitarra sucessos de seus artistas favoritos. Ao lado do irmão, já fazia um som improvisado com qualquer material que tivesse em casa.
Por volta dos 20 anos, Juarez começou a levar a sério o sonho de viver da música. O primeiro passo foi uma viagem ao Rio de Janeiro, em 1988, época em que os “bolachões” (long plays ou LPs) tocavam nas vitrolas de todo o país. Na bagagem, levou apenas seus sonhos e uma fita cassete com suas primeiras gravações. Bateu à porta da gravadora RCA e deixou seu material.
– Até hoje, não fiquei sabendo da resposta – lamenta.
Na volta ao Estado, seguiu em frente e meteu o pé na estrada. Passou por Rio Grande, onde conheceu o grupo SG, que tocava “punk gaudério”, e firmou uma parceria que durou apenas quatro meses.
Não desanima
Entre gravações em estúdios de Canoas e Porto Alegre, Juarez acumulou músicas suficientes para três álbuns. O mais recente está à venda na Prisma Discos, no centro de Canoas. A bagagem musical do artista é variada.
– Comecei com MPB, depois passei a gostar de punk rock. Atualmente, meu CD tem dois ritmos: punk metal e punk rock – diz.
Juarez divulga seu trabalho nas redes sociais. No Instagram e no Facebook, posta fotos e vídeos dos bastidores das gravações. No YouTube, o público pode ouvir um pouco do som do artista. Enquanto isso, acalenta o sonho de tocar em pubs e bares da Capital.
No dia a dia, Juarez troca o rock por MPB ao tocar nas ruas do centro de Canoas. No repertório, Raul Seixas (1945 –1989) e Alceu Valença são presenças constantes. Ele planeja ampliar sua área de atuação a partir de março, com o fim das férias de verão. A ideia é bater ponto no centro de Porto Alegre, levando seu trabalho para ainda mais pessoas.
Se nas ruas o som é mais “tranquilo”, no estúdio é onde Juarez exprime toda a batida do punk rock que corre em suas veias. Além de Rolling Stones, a playlist pessoal é composta, principalmente, por Ramones e Iron Maiden. E, direto do túnel do tempo, relembra seus ídolos da juventude:
– Quando eu era garotão ainda, ia naquelas reuniões dançantes e gostava de ouvir Renato e Seus Blue Caps.
Sonhos
Ao projetar o futuro na música, Juarez conta que sonha em conquistar muitos fãs, fazer shows para um público grande e, quem sabe, gravar um DVD desse evento, com tudo o que tem direito: produção de primeira, som estéreo, casa lotada. Com os pés no chão, há objetivos mais palpáveis e que já estão em andamento:
– Meu maior projeto é gravar mais CDs. Chegando ao 10º álbum, já estou feliz. Por enquanto, tenho três, indo para o quarto.