Os estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Marcílio Dias, em Cidreira, no Litoral Norte, podem dizer que convivem lado a lado com um artista. De segunda a sexta-feira, Jacson Garcia Ferreira, 33 anos, trabalha como inspetor escolar e, aos finais de semana, atua como DJ. 

– Eu cuido da entrada e saída dos alunos e auxilio na hora da merenda, no recreio. A maioria sabe que eu sou DJ, alguns perguntam se eu sou o DJ da Concha Acústica, pedem até para tirar foto, é bem legal – explica. 

A carreira de Jacson como DJ começou em 2015, após ele ficar desempregado e “quebrar um galho” em um evento de Carnaval, onde o contratado não pôde comparecer. Ele usou um programa que conhecia desde 2008 para baixar músicas no computador e fez sucesso na noite. 

– Eu avisei que não era profissional, mas tentei. No fim, o pessoal adorou e começou a me incentivar a investir na carreira – relembra. 

De porta em porta, ele foi oferecendo seu trabalho para realizar eventos em empresas e casas de festa, até que recebeu uma oportunidade e começou a trabalhar com sonorização. Pouco tempo depois, Jacson realizou seu primeiro sonho: tocar na Concha Acústica, espaço de eventos em Cidreira. 

– Aquilo era um sonho. Foi ótimo, depois segui motivado para melhorar cada vez mais e voltar lá mais vezes – destaca. 

Com boa média de público em seus shows, Jacson foi apelidado de “DJ das multidões” e consolidou seu sucesso pelo Litoral Norte do Estado. A brincadeira que ele fez em 2008, quando postou no Facebook que havia baixado um programa para DJs e iria fazer os primeiros shows de graça para quem comentasse na publicação, enfim, virou realidade. 

– Eu publiquei em 2008, mas brincando, né? Nunca me passou pela cabeça ser DJ. Eu estava cursando Serviço Social e estagiando. Mas lembro que ninguém comentou... Hoje, faço apresentações com bom público sempre – conta. 

Com média de 16 apresentações por mês, Jacson costuma tocar aos finais de semana, mas revela que, por vezes, precisa negociar seu horário na escola. 

– Já toco na Concha Acústica há alguns anos. Então, o pessoal da prefeitura me conhece, consigo negociar alguns horários quando preciso – afirma.

Futuro autoral
Conhecido por remixar os hits do momento e unir o sertanejo com o funk, Jacson acredita que o seu diferencial está no conjunto do show. No ano passado, ele levou seu set para Porto Alegre, Passo Fundo e rodou o litoral gaúcho. 

– Eu sou animado, não estou ali só para tocar música. Interajo bastante, há fogos, chuva de prata, efeitos especiais, sorteio de copos e bonés personalizados. Acho que o DJ é um showman, né? – pontua.

Com show montado, o próximo passo que o artista almeja é produzir suas próprias músicas. Inspirado em Dennis DJ, Pedro Sampaio e DJ Finna, ele também sonha em tocar no Planeta Atlântida. 

– Quero começar um curso de produção musical, criar o meu som mesmo, sem depender de remixar outros artistas – projeta. 

Com agenda cheia até março, Jacson comemora uma data específica fechada para abril: vai fazer a abertura do show de MC Kekel em Gramado. 

– É uma data importante, é um show nacional, estou animado – comemora. 

Apesar de nunca ter se imaginado como DJ, ele não mediu esforços para passar pelas dificuldades e falta de oportunidades, para, hoje, celebrar os rumos da carreira artística. 

– Eu cursei Serviço Social até o último semestre, mas não concluí. Queria ser militar, mas nunca cogitei a música. Mas, no momento da necessidade, ela apareceu na minha vida, e eu nunca mais a tirei da cabeça – finaliza.

Pitaco de Quem Entende
Adriano Domingues, comunicador da rádio 92 (92.1 FM), avalia o trabalho do artista:
– O DJ Jacson tem um bom repertório, além de saber animar a galera e fazer o pessoal tirar o pé do chão.

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*Produção: Lucas de Oliveira