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Estrelas da Periferia

Guri de Novo Hamburgo é um prodígio na viola: Luciano Cardoso começa a trilhar seu caminho na música

Tocar no Festival de Barretos é o grande sonho do artista

14/03/2023 - 11h28min


Luciano Cardoso / Arquivo Pessoal
Artista tem realizado diversas apresentações em CTGs e pubs da Região Metropolitana

Natural de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, Luciano Herpich Pereira Cardoso é apaixonado por moda sertaneja, música gaudéria e a vida no campo. Aos 15 anos, ele toca violão, viola, acordeon e começa a trilhar seu caminho no sonho de viver de música. 

– A música é meu porto seguro. É no braço da viola que eu me sinto bem. Desde pequeno, é meu escudo, meu primeiro amor – expressa. 

Luciano cresceu ouvindo sertanejo e frequentando alguns Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) com os pais. Aos oito anos, ele começou a tocar violão e, aos nove, descobriu o amor pela viola. 

– O pai vivia tocando violão, e eu adorava. Comecei de brincadeira e logo peguei jeito. Nós escutávamos muito Inezita Barroso (1925 – 2015), a rainha dos violeiros, e uma música me chamou muita a atenção – relembra. 

A música em questão era A Vaca Foi pro Brejo. A sonoridade diferente da viola surpreendeu Luciano, que, a partir dali, descobriu sua grande paixão. 

– O repique, o som, achei muito bonito. Pedi uma viola no Dia das Crianças, tinha nove anos. Todos ficaram surpresos, ninguém na família toca, mas eu ganhei – conta. 

Em duas semanas, ele aprendeu a tocar acordeon, em um instrumento emprestado pelo amigo. Com três instrumentos dominados, ele também passou a cantar e sonhar com a vida na música. 

– Estou tentando compor, tenho uma música pronta e fazendo outros rabiscos. Eu crio muitas melodias para as letras de outros amigos, boto o ritmo nelas – revela.

Agenda cheia

Inspirado em Tião Carreiro (1934 – 1993), Milionário & José Rico e Porca Véia (1952 – 2020), o jovem gaúcho se apresenta em CTGs desde pequeno. Atualmente, ele está com a agenda cheia e passou a realizar pequenos shows em bares da Região Metropolitana. 

– Tenho tocado bastante. Temos várias datas para a sequência do mês e para o próximo. A gente gosta de tocar, mas é bom ganhar um troquinho às vezes, né? Ter os aparelhos e instrumentos dá custo. Mas estamos indo bem – pontua. 

O grande sonho do artista é ver o seu nome, Luciano Cardoso, entre as atrações do Festival de Barretos, em São Paulo. Ele destaca que também quer conhecer os Estados de Mato Grosso do Sul e Goiás, “onde está o forte” das músicas que gosta. 

– Eu me identifico mais com os modões, o sertanejão mesmo, com a viola, que contam a história do homem do campo. E também com a gaúcha. São diferentes, mas as duas falam da vida no campo e do homem da lavoura – diz. 

Luciano acredita que sua principal dificuldade é não ter um empresário, alguém que consiga levá-lo a mais lugares: 

– Isso dificulta para que eu cresça mais. Também rola um pouco de inveja quando começa a fazer sucesso e tocar em um ou outro lugar.

Futuro

Apesar dos perrengues, Luciano pretende lançar seu primeiro CD e se dedicar às plataformas digitais. Ele também segue à frente do programa Quero-Quero, que vai ao ar às segundas e quartas, das 18h às 20h, na rádio web Toscana, de Bento Gonçalves. 

– Eu boto música para o pessoal. Na segunda-feira, tem modão. Na quarta, faço um entreveiro com tudo. Como são duas horas de programa, eu também toco e faço uns sons ao vivo para os ouvintes, eles gostam muito – conta. 

Ainda neste ano, um CD com músicas inéditas e covers deve chegar a todas as plataformas. 

– Pretendo gravar meu primeiro CD, muito para ter como lembrança, mas vou lançá-lo também. Quero me esforçar para estar mais presente nas redes sociais, como TikTok e Instagram, no Spotify também – idealiza. 

O jovem artista está no primeiro ano do Ensino Médio e já projeta dois cursos após concluir a escola.  

– Quero fazer faculdade de música e um técnico em agropecuária, são as coisas de que gosto. Se for ver, muitos cantores têm fazenda e lidam com pecuária. Se Deus quiser, eu vou ter a minha também – explica.

Pitaco de Quem Entende
O produtor musical Diego Garcia comenta sobre o som do artista:

– Oh, viola boa! O menino vem na contramão do que é feito hoje em dia, um violeiro de dar orgulho a Tião Carreiro, Moacyr Franco e ao saudoso Rolando Boldrini (1936 – 2022).

AQUI, O ESPAÇO É TODO SEU!
/// Para participar da seção, mande um histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas, vídeos e um telefone para lucas.oliveira@diariogaucho.com.br.

/// Para falar com o artista, ligue para (51) 99749-7506.

*Produção: Lucas de Oliveira


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