Só se Fala Noutra Coisa!
Guri de Uruguaiana e o teste de pobreza
Bagual também fala de perrengue na praia
Chê! Nós, pobres, somos muito mais felizes do que os ricos! Quando a gente visita um rico, não ganha nem um copo de água. Quando visita um pobre, ganha bolo, chimarrão, um filhote de guaipeca e uma mudinha de planta!
E para identificar um pobre, é barbada: é só verificar se ele cumpre os requisitos abaixo.
/// Usar prendedor de roupa para fechar as embalagens de arroz, açúcar e bolacha.
/// Tomar cerveja em copo de requeijão.
/// Ter quadrinho da Santa Ceia na parede.
/// Colocar pilha velha na geladeira, só para durar mais.
/// Enfeitar a estante com lembrancinha de casamento e batizado.
/// Mostrar a casa inteira quando recebe visita.
/// Usar camiseta de vereador como pijama.
/// Secar roupa atrás da geladeira.
/// Ir almoçar na casa dos outros e levar rifa para vender.
/// Colocar capa no sofá, no controle remoto e até no botijão de gás.
/// Guardar feijão em pote de sorvete.
E aí? Cumpriu algum desses requisitos? Eu gabaritei!
Perrengue na praia
Falando em pobreza, lembrei do meu veraneio. Neste ano, eu fui para Cidreira e quase me afoguei, mas não foi no belo mar do nosso Litoral, foi em dívidas!
Eu cheguei na praia empolgado e entrei no mar gritando:
– Viva! Água!
Dez segundos depois, saí do mar correndo e gritando:
– Água-viva!
Dizem que dinheiro não traz felicidade, mas eu me diverti muito na praia gastando o dinheiro que tinha reservado para pagar a conta de luz, do IPTU e do IPVA. Tem gente que vai pra praia, pega sol e fica vermelho. Já eu, só fiquei vermelho na minha conta bancária.
O pior de tudo é que eu quase não aproveitei. Adivinha? Claro que choveu! Quando um pobre consegue ir para a praia, sempre chove. Aí, a criatura fica lá jogando canastra com uns oito viventes amontoados numa casinha de dois cômodos e com um único banheiro. É bucha!
É sempre assim: o rico se bronzeia na praia. O pobre pega uma corzinha ao caminhar pela rua, pegando fila para pagar boleto atrasado na lotérica.
Tirinha