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Na semana do Dia dos Povos Indígenas, "Falas da Terra" traz produção sobre cultura e violência contra a mulher

Episódio "Pintadas" integra a antologia ficcional "Histórias Impossíveis"

17/04/2023 - 10h34min

Atualizada em: 17/04/2023 - 13h28min


GZH
Manoella Mello / Globo / Divulgação
Atrizes indígenas Ellie Makuxi, Isabela Santana e Dandara Queiroz estreiam no audiovisual com o especial

Para marcar a semana do Dia dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril, a Globo exibe nesta segunda-feira (17) o episódio Pintadas, que integra o projeto Falas – neste ano, os já conhecidos Falas Femininas, Falas da Terra, Falas de Orgulho, Falas da Vida e Falas Negras foram desenvolvidos em formato de ficção, e não documentário, como parte da antologia Histórias Impossíveis. A produção será exibida logo após o Big Brother Brasil.  

A trama acompanha três jovens indígenas. Luara (Ellie Makuxi), Josy (Dandara Queiroz) e Michele (Isabela Santana), que têm origens diferentes, se encontram no Mato Grosso do Sul para gravação de um videoclipe de rap na floresta. De acordo com a sinopse, quando se veem diante da natureza destruída, as três são impactadas por uma série de acontecimentos fantásticos que as fazem encarar seus próprios medos, identidades e histórias. 

A ideia é que a história, além de refletir sobre a realidade indígena, também apresente o ponto de vista específico das mulheres que fazem parte desses povos.

 – O episódio traz um ponto, ainda que sutil em sua abordagem, mas muito pertinente em se discutir – adianta a codiretora Graciela Guarani. – O corpo da mulher indígena vem sendo violado historicamente, por uma herança colonial.

Feminino

Este tema esteve também presente no episódio anterior da antologia, Mancha, exibido em março e protagonizado por Isabel Teixeira e Luellem de Castro. Outra semelhança com o projeto é que a trama de Pintadas busca deixar o espectador com uma pulga atrás da orelha. A ocorrência ou não dos fatos fica em suspenso,  em uma narrativa especulativa.

– Através da utilização de elementos fantásticos e surrealistas, é possível explorar temas femininos criando uma narrativa simbólica e poética que pode alcançar um público mais amplo, desafiando estereótipos e preconceitos culturais e sociais, questionando e subvertendo as expectativas do público em relação a personagens e situações – explica Thereza de Medicis, codiretora. 

Cultura

Manoella Mello / divulgação/Globo
Personagens se encontram no Mato Grosso do Sul para gravação de um videoclipe de rap na floresta

O episódio buscou representar a cultura indígena não apenas através das personagens, mas também na própria execução. A equipe de roteiristas inclui Thais Fujinaga, Hela Santana e Renata Tupinambá. A intenção era fortalecer os elementos e linguagem da cultura indígena, em especial a do povo Guarani-Kaiowá.

– Eu me senti como quando a gente senta em volta da fogueira e escuta o cacique contar as histórias, os contos, estamos escutando e aprendendo, desenvolvendo nosso autoconhecimento e tendo acesso a uma sabedoria grande – descreveu a atriz Dandara Queiroz.

O projeto também marca a estreia no audiovisual do trio de protagonistas, que passaram por processos de seleção e preparação. Além disso, houve um cuidado com as locações, em meio à natureza, no Rio de Janeiro.  

– Usamos recursos de computação gráfica para dar vida a um “personagem” muito significativo na história, entre outras paisagens, como um rio seco e a presença da monocultura em meio à floresta densa – adianta  a diretora artística Luisa Lima.

Produção: Mariana Barcellos


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