O Big Brother Brasil 23 chega ao fim na noite desta terça-feira (25), às 22h25min, na RBS TV, após a exibição de Travessia. Entre os muitos participantes que marcaram a edição, merecendo assim uma vaga na final, Aline Wirley, Amanda Meirelles e Bruna Griphao foram as escolhidas do público. Seria possível apostar qual delas levará para casa o prêmio de R$ 2,88 milhões?

Embora aliadas no jogo, as três sisters tiveram trajetórias bastante distintas no programa. É por isso que elas ocupam posições diferentes no páreo pela premiação milionária. Há claramente uma candidata favorita, uma preterida e uma do tipo "tanto faz". Abaixo, GZH analisa como cada uma das finalistas chega à final e quais são suas chances de vencer. 

Aline Wirley

Aline Wirley teve uma trajetória de poucos excessos no BBB 23. Comedida em suas reações e posicionamentos, a cantora foi o que alguns podem chamar de "planta". Contudo, é justamente esse traço que garante a ela um de seus principais trunfos nesta final: para quem não gosta das integrantes do grupo Deserto, que conquistaram a antipatia de uma boa parte do público ao longo da edição, Aline é a campeã mais "aceitável". 

É um cenário mais favorável que adverso, mas sem dúvida bem diferente do que se projetava para a sister no início do reality. Aline passou pela porta do BBB 23 como uma das grandes favoritas da edição. Ex-integrante do grupo Rouge, que marcou os anos 2000, ela mobilizava a memória afetiva dos espectadores, além de ter construído sua vida pública longe das polêmicas. Tudo isso fazia da cantora uma espécie de unanimidade entre o público. 

Ao longo do programa, porém, a sister foi aos poucos perdendo simpatia. Primeiro porque todos esperavam mais dela, que acabou ficando na sombra dos participantes com os quais jogava. Mas principalmente porque adotou uma postura conivente em relação aos erros cometidos por alguns de seus aliados. E na onda de passar pano para os amigos, Aline acabou se perdendo de suas próprias bandeiras: exemplo foi a postura adotada por ela durante uma discussão com Cezar Black, na qual insinuou de forma desproporcional que o brother tomaria alguma atitude violenta contra ela e as amigas, reforçando estereótipos de agressividade que historicamente pairam sobre os homens negros.

Ninguém esperava que Aline teria uma atitude como esta. Tampouco se esperava que ela fosse conivente com outros episódios do tipo, mas foi. Por isso, é possível que ela própria se estranhe — e talvez se culpe — ao assistir a alguns de seus momentos no programa. Há chances de que faça isso com R$ 2,88 milhões na conta, o que certamente tornará o processo menos complicado, mas o páreo pelo prêmio milionário certamente não será fácil. 

Amanda Meirelles

A pedra no sapato de Aline e de Bruna Griphao, também finalista, tem nome e sobrenome: Amanda Meirelles. A médica é a grande favorita para vencer o prêmio do BBB 23, o maior já pago pelo reality show — assim como a torcida dela, que sem dúvida é a maior desta edição. Aliás, foi graças aos votos dos fãs de Amanda que Aline e Bruna, aliadas dela, conseguiram chegar à final, eliminando os oponentes comuns às três e sobrevivendo a paredões nos quais tinham tudo para  sair. Mas Aline e Bruna não devem receber a mesma ajuda na disputa contra Amanda, que é a dona da torcida, afinal. 

Os motivos que fizeram uma fatia tão grande do público se afeiçoar pela sister são nebulosos. Ao passo que Amanda é adorada por muitos espectadores, outros tantos não conseguem entender o que ela tem de tão especial para se tornar a favorita da edição. É fato que o BBB 23 teve jogadores muito melhores que a médica, mas também é fato que, por alguma razão, ela conseguiu mobilizar fãs fervorosos e engajados em fazê-la vencedora. E no fim das contas é isso que faz alguém ganhar o BBB: gente votando a seu favor.

O principal fator responsável por construir o favoritismo de Amanda foi a relação dela com Antônio Cara de Sapato, com quem a sister formou dupla na primeira semana do reality. De início, os dois demonstraram ter uma conexão diferenciada e acabaram por construir uma amizade do tipo inabalável. Porém, uma parcela dos espectadores desejava ver algo mais  surgir entre eles. A torcida para que os melhores amigos virassem um casal foi tão grande que acabou por batizar a legião de fãs que agora podem fazer de Amanda a campeã do BBB 23: são os chamados docshoes, um trocadilho com doctor, em referência à profissão da sister, e shoes, pelo apelido do brother, Cara de Sapato. 

O tão aguardado romance entre os dois nunca chegou nem perto de existir fora da imaginação dos docshoes, mas o enredo de comédia romântica criado pelos fãs foi fundamental para garantir a sobrevivência da sister durante as primeiras semanas. Foi o que deu a ela tempo de mostrar "legalzices" de sua personalidade que também foram importantes para fazê-la cativar o público — um exemplo é a péssima desenvoltura da sister na pista de dança, que resultou em algumas performances hilárias durante as festas da edição. É esse tipo de coisa que pode fazer de Amanda a grande campeã do BBB 23, ainda que ela esteja longe de ser uma unanimidade entre o público. 

Bruna Griphao

Diferentemente das oponentes, Bruna Griphao jogou o BBB 23 do início ao fim. Ninguém pode chamar a sister de "planta", embora muitos outros adjetivos lhe caibam, e a maior parte deles tenha conotação negativa. Isso porque, mesmo sendo uma das protagonistas da edição, Bruna se destacou de forma errada. Cometeu tantos erros que pode até soar estranha a presença dela na final. E de fato é: beirando a eliminação em todos os paredões que disputou na temporada, a sister sobreviveu até aqui graças à ajuda da torcida de Amanda, não por méritos próprios. 

Enquetes que tentam projetar o resultado da votação demonstram que, entre as três finalistas, Bruna é a que tem menos chances de vencer o reality na noite desta terça. É uma surpresa para quem acompanha o programa desde o início e viu a atriz despontar como uma das favoritas nas primeiras semanas de confinamento. Com um jeito meio "molecona" de ser, a língua afiada e um certo pavio curto, ela acabava soando engraçada, sobretudo por sua personalidade contrastar com a imagem "princesinha" que boa parte do público tinha dela. Também ia bem nas provas e demonstrava gana de participar ativamente das movimentações do jogo, o que agradava aos fãs de um BBB mais "raiz". 

Tempo depois, porém, Bruna perdeu o brilho e se revelou mimada, grosseira e incapaz de reconhecer os próprios erros. A sister ainda protagonizou falas de cunho racista contra participantes negros da edição, o que colocou uma última pá de terra sobre qualquer predileção que o público pudesse ter para tentar fazer dela campeã. O favoritismo foi por água abaixo. 

É claro que Bruna não chega à final sem nenhum fã. Há quem ainda torça pela vitória da atriz, mas as chances de que o quórum seja suficiente para torná-la campeã são baixas. Ainda assim, o Big Brother Brasil é sempre uma caixinha de surpresas — basta olhar para a configuração desta final, que parecia improvável até pouco tempo atrás. Quem, então, vai ir dormir com R$ 2,88 milhões na conta, somente à noite para saber.