LGBT+
Pedro Sampaio fala sobre bissexualidade: "Não seria honesto nem saudável me esconder"
Cantor de 25 anos contou detalhes de seu processo de descoberta
Em uma carta aberta publicada pela revista Vogue nesta segunda-feira (26), o cantor Pedro Sampaio comentou o processo de descoberta de sua bissexualidade, além de como foi falar a respeito da questão com a família e se assumir para o Brasil inteiro no Lollapalooza, em março.
"Antes de tornar pública minha condição, minha sexualidade, quis viver a questão internamente, com meus amigos e familiares. Apesar de ter nascido assim, foi preciso coragem e segurança para falar abertamente sobre o tema", disse ele.
Em seguida, contou que seu pai precisou de um tempo para lidar melhor com a informação.
"No começo desse ano, logo depois da virada, decidi ter uma conversa sincera com minha mãe, minha irmã e minha tia. Acredito que todas as pessoas LGBTQIAPN+ passam por esse momento. O papo foi tranquilo. Com meu pai, no entanto, foi diferente. Ele sofreu. Mas deixei claro que só estava me mostrando como filho e que não esperava nada", relatou.
"Ele contou que nunca havia passado por sua cabeça essa possibilidade e perguntou se meus amigos, famosos e anônimos, sabiam de algo. Falei que todos estavam por dentro da situação e que apenas ele mudou comigo, todos os outros continuaram me tratando da mesma forma. Aí, ele começou a chorar. Foi um momento importante e emocionante", acrescentou.
O artista ainda mencionou seu show no Lollapalooza Brasil 2023, em que se declarou bissexual ao som de um remix de Toda Forma de Amor, música de Lulu Santos.
"Quero ser alguém que inspire os semelhantes. Nessa jornada, uma das passagens que mais me tocaram foi o show no festival Lollapalooza, em março. No Twitter, batizaram minha apresentação de 'Chá Revelação' por ter exposto minha bissexualidade no telão para quem estava lá ou acompanhando pela TV ou celular. Foi especial e muito necessário. Também passei a escrever letras mais pessoais", afirmou.
Por fim, contou que, atualmente, está mais seguro para falar abertamente sobre sua orientação sexual.
"Hoje, aos 25 anos, me sinto tranquilo. Tempos atrás, uma carta como essa me deixaria nervoso. Eu suava em entrevistas longas com medo de perguntas íntimas de jornalistas. Contratantes, marcas e fãs não mudaram. As pessoas sabem exatamente quem eu sou. Vivo um momento magnífico. Estou seguro e aberto a qualquer tipo de pergunta. Costumo ser reservado, mas não dá para se calar sobre isso, não seria honesto nem saudável me esconder. Preciso ser um agente do movimento, falar, ouvir, ocupar espaço", concluiu.