Estrelas da Periferia
Nos bailes do DJ Finna
Natural de Porto Alegre, artista completa 27 anos de carreira e agita o público com funk, pop e eletromusic pelo Estado

Aos 45 anos, Diógenes da Silva Menna dedicou mais da metade da sua vida à música. Conhecido como DJ Finna, fez parte do Fat Duo, sucesso nos anos 2000, com o DJ Cabeção, e comemora 27 anos de carreira em 2023.
Antes de se profissionalizar e começar a ganhar dinheiro com a música, em meados de 1996, Finna já agitava as “festinhas de escola e de garagem” como DJ. Desde cedo, ele sempre esteve inserido no cenário musical.
– Eu comecei a trabalhar em uma empresa de som. Carregava caixas e montava equipamentos, tinha 18 anos. Foi tudo muito rápido. Em menos de um ano, comecei a tocar em um barzinho – relembra.
De família humilde, ele destaca que sempre sonhou em ser DJ e nunca desistiu disso, mesmo com a incerteza.
– Eu era fissurado por isso. Meu pai era motorista do caminhão do lixo, lixeiro mesmo. Ele nunca conseguiu pagar faculdade, sabe? Mas me deu a principal coisa, que foi a educação. Então, eu tinha que trabalhar para me virar e investir nos equipamentos – destaca.
Grande momento
Com a carreira consolidada e tocando em eventos por todo o Rio Grande do Sul, Finna conheceu um de seus ídolos, o DJ Cabeção. Juntos, eles criaram o Fat Duo, que tocou nove vezes no Planeta Atlântida, sendo quatro no palco principal.
– Eu era fã do Cabeção e conheci ele nos bastidores de eventos. Ele apresentava o Verão Cultural, em Cachoeirinha, e me chamou para tocar lá. No fim, apresentamos juntos o evento e decidimos criar um projeto – diz.
Com remixes de músicas eletrônicas, funk e muita interação com o público, o Fat Duo virou um verdadeiro show de entretenimento e sucesso por onde passou. Juntos, Finna e Cabeção rodaram o Brasil e tocaram na Argentina e Uruguai.
– Todo mundo pensa que acabou porque brigamos, mas não tem nada disso. O Cabeção estava mais voltado para um lado político, em que ele trabalha até hoje, né – explica.
Novos projetos
Com o fim do Fat Duo, Finna decidiu que “não queria mais ser DJ de cabine de som e casa noturna”. Então, o artista criou o Baile do Finna, evento com muito funk, pop e eletromusic que até hoje anima o público em todos os cantos do Estado.
– Baile do Finna nasceu em 2007. Atualmente, temos uma média de 15 a 20 shows por mês. Tocamos em quatro edições do Planeta Atlântida – destaca.
Para alcançar outro público, Finna criou o Baile do Vaqueiro, uma versão do Baile do Finna mais country e sem funk. Lançado neste ano, o projeto já tem apresentações marcadas para Alegrete e Candelária, após temporada de estreia em Porto Alegre no mês passado.
– Eu senti essa necessidade. Hoje, muitos DJs só tocam funk. Foi uma demanda de contratantes. No Baile do Vaqueiro, toca country e clássicas do sertanejo – pontua.
Já em parceria com Fabinhu DJ, Finna lançou seu mais recente projeto, o Hadouken Remix. Juntos, disponibilizaram mais de 30 remixes na pegada do funk no YouTube e preparam a entrada em outras plataformas digitais.
– O último remix foi de Nosso Quadro, da Ana Castela. No dia 7 de julho, vamos lançar Erro Gostoso, da Simone Mendes. A ideia é lançar dois remixes por semana no Spotify, com uma música mais atual e outra mais antiga – projeta.
Inspirado em Dennis DJ e Alok, o artista de Porto Alegre acredita que seu diferencial é “fazer as coisas com o coração”, além da interatividade com a plateia.
– Todo show me dá um friozinho na barriga, uma ansiedade. Quando não der mais, não tem mais graça. Independentemente de quantas pessoas estiverem na plateia, eu quero chegar lá e quebrar tudo, gosto de interagir e agitar a galera – finaliza.
Pitaco de Quem Entende
Hans Ancina, DJ e comunicador da rádio 92 (92. FM), comenta sobre o trabalho de Finna:
– Para se manter tanto tempo na ativa, se renovando, mantendo a qualidade como profissional, além de inspirar outros DJs, tem que ser muito acima de média. O Finna é um dos melhores do Brasil, porque cumpre tudo isso com maestria.
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*Produção: Lucas de Oliveira