Noveleiros
Michele Vaz Pradella: "Noveleiro que se preza gosta de assistir a inovações e dar uma espiadinha nos remakes"
A quantidade de adaptações de novelas aumentou nos últimos tempos
Um dos assuntos que tem povoado as conversas dos noveleiros de plantão é a quantidade de remakes dos últimos tempos. No ano passado, tivemos Pantanal, releitura do sucesso de 1990 da extinta TV Manchete. Elas por Elas acaba de estrear com uma linguagem modernizada sobre a história de Cassiano Gabus Mendes (1929 – 1933), originalmente exibida em 1982.
Na Bahia, já começaram as gravações de Renascer, sucesso de Benedito Ruy Barbosa em 1993, que está sendo adaptado por seu neto, Bruno Luperi – também responsável por Pantanal. Há rumores de que Vale Tudo (1988) e Felicidade (1991) podem ser reescritas. Mas afinal, estão faltando ideias originais?
Memória afetiva
Ideias sempre vão surgir, mas não há garantia de que irão agradar. Acredito que seja mais seguro transitar por histórias que já foram bem-sucedidas. Apostar no clássico pode ser a melhor forma de fidelizar a audiência. Seja para fazer comparações entre a primeira e a segunda versão, seja para conhecer uma trama de décadas passadas, os remakes costumam fazer sucesso. O que pesa, ao menos para mim, é a memória afetiva. Tenho lembranças vívidas de Renascer, a que assisti ainda criança – e morria de medo do diabinho na garrafa. Uma parte de mim queria gostar dessa primeira versão na lembrança, sem alterações. Por outro lado, estou muito curiosa para conferir a adaptação.
Apostar no certo em detrimento do duvidoso é a melhor opção, na maioria das situações. Porém, há casos em que histórias inéditas ganham o coração do público com força, como aconteceu com Vai na Fé. Noveleiro que se preza gosta de assistir a inovações e também dar uma espiadinha nos remakes. O importante é que as tramas nos emocionem.