Leonardo Fallero, o LF, se diz entusiasmado com a chance de contar sua história no Diário Gaúcho. Mais do que isso: ele considera que esse é o melhor presente de aniversário que poderia ganhar, já que completou 26 anos no último dia 18. O artista do Morro da Polícia, zona leste da Capital, conta que começou sua carreira no funk, em 2014, gravando vídeos como dava, com um celular da época. Tudo foi dando certo, tanto que chegou sua primeira música de trabalho, Só Não Vira em Bolita, em parceria com DJ Mart.

Tudo ia bem, com shows e planos para o futuro profissional, até que uma grande perda interrompeu a carreira promissora. Em meio à pandemia, em 2021, LF perdeu a mãe, vítima de uma parada cardíaca. Pouco depois, ao conhecer a esposa, Raissa, teve contato com o trap e se encantou pelo gênero, que lhe deu forças de retomar a carreira, desta vez repaginado.

– Foi amor à primeira vista por esse estilo, comecei a me destacar novamente, a ir para o estúdio gravar música e hoje estamos na cena de novo – relata ele, que já tem duas músicas no YouTube com milhares de visualizações.

Retomada

Se profissionalmente o trap e o rap são recentes na vida de LF, na playlist do jovem Leonardo já rolava muita coisa do gênero. MC Daleste, Racionais MC’s e Sabotage foram algumas das referências de guri que hoje ele leva para a vida como artista.

Além da carreira na música, que retomou em janeiro deste ano, LF tem sua própria produtora, a Ice Records, que mantém com o amigo MC Moreninho. Ele conta que o parceiro foi vítima de uma tragédia em 2016, quando foi atingido por uma bala perdida em frente a uma casa noturna onde fariam show. Após um tempo usando cadeira de rodas, o amigo se recupera aos poucos e segue firme ao lado do companheiro de trajetória musical.

Prestes a lançar o clipe de Dono da City, que estará disponível a partir do dia 7 de dezembro, LF já vem fechando os primeiros shows dessa nova fase. Enquanto a carreira não decola, trabalha como segurança, mas projetando um futuro de muitos frutos colhidos através da música. Porém, sabe que o caminho não é fácil:

– Acho que a dificuldade aqui do Sul é, em geral, de conseguir ter renda pra investir na música. Os valores das produções e videoclipes são bem altos, então precisamos de shows pra termos retorno dos gastos.

Os obstáculos não desanimam o artista, que tem na música um porto seguro para as horas difíceis:

– A música salvou minha vida depois das perdas que eu tive – ressalta, acrescentando:

– A música pra mim é tudo na minha vida e serve pra todos os momentos. Se você está triste, ouve uma música, se está feliz, ouve uma música. Em resumo, serve pra todos os momentos.

Perseverança e fé de que seu trabalho vai fazer a diferença são algumas das marcas de Leonardo, que finaliza:

– Eu foco bastante em colocar um beat da hora, e pensar em coisas positivas. Gosto de fazer música para ser inspiração para as crianças e todo mundo que tem um sonho.

Pitaco de Quem Entende

Produtor musical, DJ Mart curtiu o som:

 – LF vem se destacando com ritmos contagiantes, flows e batidas sensacionais! Gostei demais de ouvir essa nova experiência.

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