Bem antes de ficar conhecido como "o fenômeno dos bailes", João Napolião Machado Júnior, o DJ Biggy Drinks, já vivia em um ambiente repleto de música. Desde criança, garimpava na coleção de fitas K-7 do pai sons variados, por isso, formou um repertório eclético desde cedo. A música também ajudava a suprir a ausência paterna, já que seu João era caminhoneiro e passava boa parte do tempo na estrada.

– Jamais imaginei que isso viraria a minha vida e minha fonte de sustento – diz, ao lembrar da infância.

Natural do bairro Vila Jardim, zona norte da Capital, ele considera que o início de tudo foi quando teve contato com o grafite. A arte urbana o aproximou também do rap:

– Entendi que, além de ouvir a música, eu poderia fazer a música. E assim começou minha jornada como artista.

Das rimas de improviso às primeiras batalhas de rap em Porto Alegre, o DJ passou por várias manifestações artísticas até começar a escrever e produzir suas próprias músicas. Naquela que considera a terceira fase, deu início à carreira como DJ.

– Comecei a discotecar músicas de outros artistas pra fazer a festa do pessoal – conta Biggy Drinks.

A veia eclética dos tempos de guri permanece pulsando até hoje. Biggy Drinks cita como principais referências de seu trabalho KL Jay, Dennis DJ, além de artistas locais, como DJ Piá. Em sua playlist, não pode faltar trap, funk (“a parte mais consciente do funk”, destaca) e, é claro, muito rap nacional, já que foi o ritmo que abriu seus caminhos na música.

Reinvenção

Em 20 anos de estrada – sendo que metade como artista autoral, e a outra metade como DJ – ele comemora o fato de, hoje em dia, ter na música sua fonte de renda. Mas nem sempre foi assim. Até 2019, dividia o tempo entre a discotecagem e o trabalho como motoboy. Foi nessa época que decidiu deixar o emprego formal e seguir apenas animando as festas da galera. Porém, logo em seguida, veio a pandemia.

– Eu sempre trabalhei com entregas como motoboy e, graças a Deus, essa foi uma das profissões que não parou. Inclusive, aumentou ainda mais o fluxo – pontua.

Depois de dar essa “meia-volta”, como se refere, a retomada dos eventos trouxe de volta o que o DJ mais se realizava em fazer: animar as pessoas.

– Muitas vezes, elas estão ali na festa pra curtir, pra fugir dos problemas, da realidade delas. Às vezes, estão comemorando as conquistas na pista de dança, e eu sou responsável por fazer a trilha sonora desse momento – celebra.

Objetivos

Atualmente, DJ Biggy Drinks tem a agenda lotada, com cerca de 15 a 20 apresentações por mês. Conhecido nas festas de Porto Alegre e Região Metropolitana, também se apresenta no Litoral durante o verão. O próximo passo é levar seu trabalho para todos os cantos do Estado. 

– Meu sonho é tocar para mais pessoas, agregar mais efeitos visuais nos meus shows e fazer o máximo para gerar um entretenimento de melhor qualidade para as pessoas – projeta.

Produção: Camila Mendes