Reprise de um novelão
Olavo e Bebel estão de volta: "Paraíso Tropical" estreia no "Vale a Pena Ver de Novo"
Obra de Gilberto Braga e Ricardo Linhares foi exibida originalmente em 2007 na Globo e substitui "Mulheres Apaixonadas"
Aos fãs de Bebel (Camila Pitanga) e Olavo (Wagner Moura): eles estão de volta. Começa nesta segunda (27), no Vale a Pena Ver de Novo, a reprise de Paraíso Tropical. Esse não era o enredo principal da trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, mas o romance entre a garota de programa e o jovem empresário conquistou o país e foi um dos grandes destaques da novela, exibida pela primeira vez de 5 de março a 28 de setembro de 2007.
Ambientada em Copacabana — muito valorizada na trilha de abertura, com Sábado em Copacabana, interpretada por Maria Bethânia —, Paraíso Tropical fala sobre paixão e dinheiro e traz a sede de poder de Olavo e o antagonismo entre as gêmeas Paula e Taís (Alessandra Negrini). As irmãs de personalidades opostas foram separadas ainda bebês e se encontraram ao longo da novela.
No enredo, uma não sabia da existência da outra até o fatídico encontro. E foi quando elas se cruzaram que as brigas começaram. Principalmente quando Taís tentou destruir a relação de Paula com Daniel (Fábio Assunção).
Ele, que é executivo do mesmo grupo em que Olavo trabalha, é um dos cotados para a sucessão de Antenor Cavalcanti (Tony Ramos), seu tio. Antenor é presidente da empresa e tem preferência pelo sobrinho, mas Olavo tenta acabar com a reputação do colega e se mostra capaz de qualquer coisa para alcançar o objetivo.
Recentemente, Alessandra Negrini relembrou a parceria com a dublê Lisa Eirias para interpretar as gêmeas na novela e o trabalho intenso para fazer a dupla acontecer na trama.
— Foi um momento de dedicação total, um desafio diário — relatou ela em material de divulgação à imprensa na semana passada.
Os bordões de Bebel
Dezesseis anos depois, é difícil alguém que não se lembre de algum bordão de Bebel. Muito antes de se falar em memes e trends, as frases da personagem de Camila Pitanga já estavam na boca do povo. Coisa de gente de "catiguria", como ela dizia.
Na trama, a personagem utilizava essa expressão para definir uma pessoa "cheia de classe". O termo foi criado pelo cafetão Jáder (Chico Diaz), com quem Camila Pitanga contracenava com frequência.
— "Catiguria" tem muito a ver com o Chico Diaz, que falava de um jeito muito irreverente e que eu tomei empestado. Ele trouxe o "catiguria" e o Dennis Carvalho sublinhou — disse a atriz ao gshow, ao lembrar da sua personagem.
Abaixo, relembre outros bordões de Bebel:
Cueca maneira
Era assim que Bebel classificava um "homem rico" e "bem cuidado".
Bacana
Para a personagem, era "o cara com grana" que poderia tirar ela do calçadão de Copacabana.
Casamento primaveril em pleno outono
O bordão eternizado por Bebel nasceu quando a personagem de Camila Pitanga pediu a ajuda de Virgínia (Yoná Magalhães) para ir a um casamento e conseguir provar que podia, sim, ser uma mulher de "catiguria". Para que não saísse falando qualquer coisa, a sugestão foi que ela repetisse apenas uma frase: "que boa ideia um casamento primaveril em pleno outono", tentando mostrar que podia acompanhar Olavo, seu cliente fixo, em eventos chiques. Ele, no entanto, não fazia ideia do plano.
A divertida cena do encontro dos dois personagem marcou época. (Assista um trecho abaixo).
Além das telas
Para além da trama e dos bordões inesquecíveis, a novela apresenta um figurino cheio de personalidade. Com vestidos justos, tops, corsário, acessórios exagerados e cor rosa-chiclete, Bebel também foi destaque neste quesito, com looks extravagantes. A ideia chegou a inspirar coleções de lojas sofisticadas na época.
De acordo com o portal Splash/Uol, uma enquete realizada pelo site da novela na época apontou que, de 15.770 votos, 44% afirmaram que usariam alguma das peças do figurino da personagem de Camila Pitanga. Por outro lado, os outros 56% preferiram não apostar nos looks tão ousados.
O elenco de Paraíso Tropical também conta com nomes como Susana Vieira (Amélia), Vera Holtz (Marion), Gloria Pires (Lucia), Ana Luísa Cavalcanti (Renée de Vielmond), Eduardo Galvão, Daisy Lúcidi (Iracema), entre outros.
A escolha pelo folhetim para o Vale a Pena Ver de Novo não deixa de ser uma homenagem ao autor Gilberto Braga, nome por trás de novelas clássicas da TV Globo, como Vale Tudo, Dancing Days e Anos Dourados. Ele morreu em 2021, aos 75 anos. Esse é um dos grandes sucessos do autor e o primeiro reprisar desde a sua morte. Sua última novela exibida na faixa das 15h foi Celebridade, em 2017.
Com direção-geral de Dennis Carvalho e José Luiz Villamarim, a trama vai substituir Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos, que está no ar desde 29 de maio nas tardes da Globo. Nesta semana, a ideia é que as duas novelas dividam o horário na grade da emissora.