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Estrelas da Periferia

Rick Martinz planeja DVD com clássicos da vaneira

Vivendo da música há 16 anos, artista sonha em levar seu som para todos os cantos do país

19/12/2023 - 11h34min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Daniel Nata / Divulgação
Considera que 2023 foi um ano especial em sua trajetória

Se hoje em dia Rick Martinz se dedica à carreira musical, é muito por conta do incentivo de seu falecido avô, Ataliba, de quem ganhou os primeiros instrumentos musicais, ainda na infância. Antes mesmo de entrar na escola, o pequeno Richard já ensaiava as primeiras notas na gaitinha que ganhou do avô, que logo depois também o presenteou com um cavaquinho, que o guri empunhava como se fosse um violão em miniatura.

Aos 12, começou a tocar bateria, e aí a coisa ficou séria, com as primeiras apresentações profissionais. Hoje, com 28 anos, ele até se perde ao fazer as contas do tempo que tem de carreira, já que a música faz parte de sua vida desde sempre.

– Eu estou, há 16 anos, vivendo da música. Como baterista, toquei em dupla sertaneja daqui de Porto Alegre, em bandas de baile, Banda Vanera, Banda Ecos – destaca.

Virada

Apesar de ter várias oportunidades como baterista, Rick começou a pensar em trocar as baquetas pelo microfone:

– Minha virada de chave como cantor foi a necessidade de eu poder passar a minha mensagem para o mundo. Eu sabia que, enquanto eu não colocasse a minha boca no microfone e falasse o que eu penso, eu não ia passar de mais um baterista, mas dentro de mim eu sabia que eu queria ser um cantor.

Rick decidiu, então, seguir os passos de artistas como Ivonir Machado (1960 – 2023), que antes de se lançar como cantor, atuava como baterista do grupo Garotos de Ouro.

– Tem várias histórias de bateristas que viraram cantores, e eu também fui um deles no fim, né? – afirma.

A opção por se dedicar à vaneira se deu de forma natural e também tem muito da influência familiar.

– Quando eu era criança, eu ouvia basicamente o que meus pais ouviam, que era sertanejo, era bailão, era vaneira, eram as músicas regionais. Sempre gostaram de ir em rodeio, de baile também – relembra ele, exaltando o fato de vir de uma família muito festeira.

Aos 22 anos, o músico resolveu vender tudo o que tinha – carro, instrumentos e até roupas – para fazer um intercâmbio em Dublin, na Irlanda. Os três meses que passou na Europa abriram a mente do jovem, que voltou ao Brasil decidido a seguir seu sonho de ser cantor.

Bons frutos

Rick considera que 2023 foi de começar a colher os frutos de um sonho que almeja há muitos anos. Desde que lançou Chapéu de Boiadeira, em janeiro, muitas portas se abriram para o artista. De lá pra cá, firmou parcerias de sucesso ao gravar canções como Isqueiro, com Estação Fandangueira, e Gestos Obscenos, com Julian & Juliano:

– Estou muito feliz com o progresso que está tendo a minha carreira nesse momento, porque eu vejo uma progressão muito rápida este ano, e pretendo nos próximos anos continuar evoluindo na minha profissão, se Deus quiser.

Ao todo, são 10 canções que compõem o DVD, com lançamentos programados até a metade do ano que vem nas principais plataformas de streaming. A primeira, Gestos Obscenos, já tem mais de 81 mil visualizações no YouTube. A ideia de Rick é seguir divulgando seu trabalho na internet para alcançar projeção cada vez maior. 

E planos para 2024 é que não faltam:

– Depois, eu quero gravar um repertório com músicas antigas em vaneira, lá pelo meio do ano, em julho. E no final do ano (de 2024), eu pretendo gravar outro DVD. Essa é a minha meta.

Desafios

Apesar do sucesso online e da agenda cheia, o artista reconhece que esse não é um caminho fácil. Por enquanto, se apresenta apenas em Porto Alegre e Região Metropolitana, em um trabalho que considera "de formiguinha". Com cachês bem abaixo do que gostaria, Rick Martinz reinveste tudo o que ganha no próprio trabalho. Mas ele não esmorece e sonha alto.

– Eu quero ser reconhecido nacionalmente como um cantor de vaneira. Eu sei que é muito difícil isso, a vaneira é um negócio muito Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Porém, se a gente parar pra pensar, os sertanejos também gravam vaneira e chamam de sertanejo. Eu, Rick Martinz, gostaria de ser um cantor de vaneira. Vaneira é um ritmo, e quero ser reconhecido por isso. Abrir portas, no caso, ir pra novas regiões, cobrar cachês melhores também, isso é um desafio muito grande. Mas é como qualquer outro negócio, tem desafios – acredita.

Pitaco de Quem Entende 

Alexandre Rodrigues, colunista do Diário Gaúcho comenta sobre o som do cantor:

– Lindo ver um artista que quer potencializar a cultura local. Rick tem todas as cartas nas mãos. A música é de muita qualidade.

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/// Para participar da seção, mande um histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas, vídeos e telefone de contato para michele.pradella@diariogaucho.com.br.

/// Para falar com o artista, ligue para (51) 98324-4813

Produção: Camila Mendes


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