Estrelas da Periferia
Cantora de Guaíba aposta em trabalho autoral e busca seu espaço
Pâmela Rils mostra que é possível equilibrar os papéis de mãe, mulher e artista talentosa.
Filha de músico, Pâmela da Silva Fontoura, 36 anos, nasceu em meio aos acordes e, atualmente, batalha por um espaço como cantora. Sua história começou a ser desenhada ainda na infância, ouvindo o pai, que tinha a banda Companhia Ideal.
Em reuniões de família, eram frequentes as rodas de violão, que traduzia em notas toda a alegria que a música proporcionava. Aos poucos, a artista tomou coragem para participar de corais na igreja e, atualmente, sob o nome artístico de Pâmela Rils, solta a voz nos bares de Guaíba, onde mora:
– Nós temos um grupo de amigos que tem uma banda, a banda do Izo Moreira. Hoje, eu trabalho com ele na produtora EMusic. A gente tem duas músicas gravadas.
A primeira, Sabor do Teu Beijo, já está disponível nas plataformas digitais. Em breve, a canção Me Dá Calor, também em parceria com Izo Moreira, deve ser lançada no streaming.
Enquanto dá os primeiros passos para tornar seu trabalho reconhecido, Pâmela se dedica àquele que considera seu maior projeto: ser mãe. À espera do quinto filho, previsto para nascer em março, ela vê na música uma chance de dar um futuro melhor para a família.
– Tenho duas meninas pequenas (três e oito anos) e eu gostaria de poder ajudar mais elas com a função da escola e do dia a dia. Meus planos são esses: trabalhar de noite e, durante o dia, dar todo o atendimento que minha família precisa – afirma.
Pâmela se apresenta no Barká, em Guaíba, em formato voz e violão. A experiência de cantar na noite abriu a mente da artista para diversos gêneros musicais:
– Foi ali que descobri que a gente pode ser eclético e gostar de tudo. No que eu tô no pagodinho, eu já pulo e toco uma Gloria Groove, volto pro sertanejo...
A diversidade musical se faz presente desde cedo na playlist da cantora. Fã de Whitney Houston (1963 – 2012), Janet Jackson, Gabby Moura, Alcione e Iza, busca inspirações em diversos ritmos para ir, “tijolinho por tijolinho”, como ela mesmo diz, construindo sua história.
A artista destaca que ser mulher e mãe não é tarefa fácil. Mas ela pretende mostrar, na qualidade de seu trabalho, que é possível exercer múltiplos papéis.
– A gente pode administrar o nosso tempo. A gente pode realizar muitas coisas ainda, mesmo sendo mãe. E tenho lutado muito nesse quesito. Consegui conquistar esse espaço, essa confiança de demonstrar que é sério o meu trabalho – orgulha-se.
Balanço
Pâmela relembra os desafios do ano que chegou ao fim:
– 2023 me ensinou que eu não posso olhar pro lado. Tenho que olhar pra frente e pro alto. E sempre seguir em frente, porque sempre vai ter alguém se inspirando na gente. Assim como a gente se inspira em outras pessoas, alguém está esperando a gente dar um passo, um passo certo pro sonho, para poder ir também – lembra a artista, que projeta para o ano que acaba de iniciar:
– Vejo 2024 como uma nova oportunidade de usar muito mais essa ferramenta da voz, encorajar as mulheres que não é porque a gente é mãe ou tem família, que a gente não pode fazer mais nada. Conheço muitas mulheres que acham que não podem mais.
AQUI, O ESPAÇO É TODO SEU
/// Para participar da seção, mande um histórico da sua banda, dupla ou do seu trabalho solo, músicas, vídeos e telefone de contato para michele.pradella@diariogaucho.com.br.
/// Para falar com a artista, ligue para (51) 99428-8911
Pitaco de Quem Entende
O produtor musical Diego Garcia comenta:
– O pagode cada vez mais forte! Falando de amor, Pâmela Rils surge como um nome promissor no meio artístico.
Colaboração de Camila Mendes