Estrelas da Periferia
Cria da zona norte e artista multitalentosa: conheça Karol Gueds
Autodidata desde a infância, a jovem de 25 anos sonha em se firmar como cantora, compositora e atriz.
Anna Carolina Porto, 25 anos, lembra que sua relação com a música começou bem cedo, por volta dos 10. Foi nessa época que pediu o primeiro violão de presente e começou a dedilhar, sonhando em soltar a voz como os artistas do filme Camp Rock (2008), que a impressionou muito na época. Autodidata, aprendeu sozinha a tirar os primeiros acordes do instrumento. Do violão, passou para as primeiras lições de guitarra, teclado e piano, até chegar às primeiras apresentações na escola. Aos 13, criou um canal do YouTube para postar seus vídeos, após o incentivo da mãe, que ficou impressionada com o que viu.
– Comecei a gravar vídeos cantando e tocando violão pelo notebook da minha mãe. Na época ela nem sabia, quando ela ia trabalhar eu fazia isso por diversão. Até que um dia, a gente estava na praia, minha mãe pegou o notebook e viu meus vídeos. Eu louca de vergonha e ela: "Minha filha, tem que postar isso no YouTube" – conta.
Nessa época, o baixista de uma banda cover assistiu a uma apresentação da menina na escola e ficou impressionado com seu talento. Veio, a partir dali, o projeto de uma carreira como artista solo e o "batismo" do nome artístico: Karol Gueds.
Na adolescência, Karol já compunha suas próprias canções e, além de se apresentar na escola, tocava e cantava em festas de casamento e outros eventos do tipo. Porém, por ser menor de idade, ainda não podia cantar em bares para mostrar seu talento a um público maior. A chance que surgiu foi mesmo por meio da internet.
Para conseguir gravar em estúdio o primeiro single, Prove que Eu Devo Acreditar, foi uma batalha.
– Eu lembro que, na época, a gente chegou até a vender rifa pra todo mundo que conhecia – relembra, ela, que diz ter feito questão de bancar o projeto com seus esforços.
Esforço recompensado
Valeu a pena, porque foi a partir dali que Karol começou a se tornar conhecida. As conexões virtuais fizeram com que o trabalho da jovem chegasse até o produtor musical Rick Bonadio:
– Ele até entrou em contato comigo, só que, por conta da verba que ele pediu, não tinha como. Eu não tinha empresário na época, estava começando.
Nascida e criada na zona norte de Porto Alegre, a guria conta que gosta de se aventurar por diversos gêneros musicais. Se no início da carreira seguia mais o lado pop, agora tem se jogado em outras correntes.
– Eu gosto de música, seja qual for o estilo, e de compor também, mas o trap funk foi crescendo e, pelos DJ’s que trabalhei, que eram de produzir mais neste estilo, fui indo no ritmo e me encaixei – afirma.
Karol sabe que a carreira escolhida não é fácil, mas persiste:
– Ser artista independente é uma luta diária de superação, mas também a liberdade de trabalhar como acha melhor suas músicas. Acabei me decepcionando com alguns empresários no meio nessa caminhada, mas sou muito grata pelo apoio e fé na minha jornada.
Cantora, compositora e... atriz. Sim, Karol sonha em chegar cada vez mais longe e aproveitar as oportunidades que possam surgir pela frente.
– Lembro que quando comecei, fiz minhas próprias oportunidades e quero mostrar a importância disso para as meninas que também tem um sonho na música ou como artista. Nada é impossível, e a mensagem que se passa e o reconhecimento são incríveis quando recebemos – manda o recado.
Colaborou: Camila Mendes
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PITACO DE QUEM ENTENDE
O produtor Rafadélico, da Usina do Beat, comenta sobre a artista:
– Karol tem muito charme nas suas melodias, muito envolvente com as batidas. Paris, na produção do Dj Borest, mostra que essa parceria vem dado certo!