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"Pesadelo"

Klara Castanho relembra estupro e entrega de bebê para adoção: "Eu não dormia, meus pais não dormiam"

"O meu sigilo foi quebrado contra a minha vontade", refletiu atriz de 23 anos sobre a exposição após o caso vir à tona

08/02/2024 - 14h50min


GZH
@klarafgcastanho Instagram / Reprodução
"Achei que poderia levar para o caixão toda aquela dor", desabafou Klara Castanho.

Klara Castanho estrela a capa da revista Glamour de fevereiro. Na entrevista publicada nesta quinta-feira (8), a atriz de 23 anos relembrou a dor de ter que vir a público esclarecer o fato de ter sido estuprada e entregado o bebê para adoção. Ela queria manter o caso em sigilo, mas a informação vazou por meio de uma enfermeira do hospital onde deu à luz e foi divulgada por jornalistas. 

— Todo o período desde o acontecido foi um pesadelo que ganhava novos desdobramentos. Eu simplesmente não queria viver aquilo. Nunca quis me pronunciar (...)  porque não tinha digerido o que aconteceu. Fui obrigada a externalizar de forma muito brutal o que vivi. Achei que poderia levar para o caixão toda aquela dor e, quando fui exposta, me senti extremamente vulnerável. Eu já tinha sido... Eu odeio a palavra, não vou usar, tá? Então, calma, vou reformular... Levei pelo menos um ano para digerir não só o momento fatídico e a consequência física dele, mas a exposição — disse ela.

O caso veio à tona em 2022, quando Antonia Fontenelle usou um tom agressivo e de reprovação para citar o caso de Klara, que ainda era desconhecido, em uma live. Conforme descreveu a jovem atriz, ela se sentia "desamparada" após o ocorrido. 

— Eu não dormia, meus pais não dormiam. A gente chorava junto dois dias e dormia um, porque não tivemos tempo de assimilar. Nunca vamos nos acostumar com a ideia do que aconteceu.

Por fim, a artista quis deixar claro que denunciou o homem que a estuprou. 

— Fiz o boletim de ocorrência contra o meu agressor, porque até hoje sou muito julgada pelas pessoas que acham que não denunciei. Não o fiz imediatamente, mas denunciei. Confio muito na Justiça. Tenho provas diárias do que é a justiça dos homens e o que é a justiça divina, a qual me apego muito, porque sei que se não fosse pela minha família e pela minha fé, não estaria mais aqui. Segui com todos os processos que cabiam e eram justos. Sinto que, passados quase dois anos da minha carta, as pessoas ainda buscam argumentos contra mim, sobre o que aconteceu comigo. Então, se isso é motivo para que as pessoas ainda me julguem, saibam que o agressor foi denunciado. Toda mulher que é vítima de violência tem direito ao segredo de justiça. O meu sigilo foi quebrado contra a minha vontade. Eu não tive nem o direito de não ser revitimizada, e diariamente não tenho — pontuou. 


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