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Atrações do festival Salve o Sul destacam a importância de seguir ajudando os gaúchos: "A reconstrução vai longe"
Toda a renda do festival será revertida para a recuperação do Estado; mais de 30 artistas se apresentaram no Allianz Parque entre sexta e este domingo
O domingo (9) foi de apoio aos gaúchos no festival Salve o Sul. Sob o comando de Luísa Sonza, diversos artistas se apresentaram no Allianz Parque, em São Paulo, no segundo dia do evento — na sexta (7), um show especial dos Amigos embalou a programação. Toda a renda dos ingressos será revertida para a recuperação do Estado.
Por volta das 14h30min deste domingo, a gaúcha de Tuparendi puxou emocionada os primeiros versos de Céu, Sol, Sul, Terra e Cor, de Leonardo, acompanhada por artistas nativistas como Neto Fagundes, Cristiano Quevedo, João Luiz Côrrea, Elton Saldanha, César Oliveira & Rogério Melo e Guri de Uruguaiana.
— Tem um peso emocional muito grande (o evento). Me toca em um lugar muito pessoal, de gaúcha, de troca, pessoas conhecidas, amigos, famílias. O gaúcho é um povo muito unido, é muito forte. A gente, que nasce no Rio Grande do Sul, que cresce, tem a vivência toda, parece que a gente se conhece mesmo sem se conhecer — destacou a cantora, que, ao longo do festival, foi a responsável por chamar alguns dos artistas gaúchos presentes no evento.
O DJ Pedro Sampaio, que está à frente do projeto do lado de Luísa, relatou que está emocionado com o resultado da mobilização.
— O Rio Grande do Sul foi um dos primeiros lugares que viajei para fazer show. A Luísa teve a ideia de fazer o festival e entrei junto com ela para apoiar. Ver o Allianz Parque lotado, evento com transmissão da TV Globo, e o quanto que a gente está conseguindo arrecadar de doações para o Rio Grande do Sul, é uma honra, um sonho realizado. Eu fico muito emocionado com isso tudo que está acontecendo — afirmou.
Muitos artistas do Rio Grande do Sul estiveram presentes no evento. Thedy Corrêa, vocalista do Nenhum de Nós, cantou Astronauta de Mármore e Camila, sucessos da banda gaúcha.
— Tudo vem da cabeça da Luísa, que resolveu a usar a enorme capacidade de mobilização dela para promover isso que a gente tá vendo, que não é pouca coisa — destacou o artista ao falar sobre o convite para o evento.
Já Vitor Kley, que apresentou hits como o Sol, Morena e Adrenalizou, seguiu pedindo ajuda aos gaúchos e saudou o encontro dos músicos, que estão unidos pela causa solidária:
— Queria aproveitar para pedir para galera não esquecer, não parar de se voluntariar, porque a reconstrução no Estado ainda vai longe. Estar aqui vendo artistas de diversos gêneros musicais, com o público, com a cabeça no Rio Grande do Sul, é muito bonito, e confesso que é o que traz esperança para o nosso coração.
— Dá um calorzinho no coração — emendou Thedy.
Armandinho também destacou a importância do festival:
— Conheço pessoas que perderam tudo. Foi a maior tragédia do Brasil. É uma guerra que vamos ter que enfrentar. Mas somos corajosos, raçudos. Vamos nos unir e fazer vários festivais iguais a esse. Acho que esse é o primeiro de muitos que vamos realizar para reerguer o Rio Grande do Sul.
O cantor Junior Lima, que também participou do evento, destacou a relação especial com o Estado. A esposa do músico, Monica Benini, é natural de Garibaldi, na Serra. Além disso, ele ainda lembrou da proximidade com outro gaúcho: o ex-cunhado Lucas Lima, ex-marido de Sandy, nascido em Porto Alegre.
— No Rio Grande do Sul tem algo especial, viajo muito por conta da família, para encontrar todo mundo. A família da minha esposa é muito unida, estamos sempre juntos. Pra mim, é como se estivesse em casa. Fiquei muito impactado por tudo que aconteceu. O importante é a gente unir forças para poder levantar o máximo de ajuda possível para o pessoal, e também é importante que essa ajuda se estenda por um bom tempo, porque vai levar um tempo para o Estado se reerguer. Temos que fazer a nossa parte — ressaltou.
Mobilização para reerguer o setor cultural
Doreni Camarori Junior, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Eventos (ABRAPE), enalteceu a iniciativa e projetou a retomada do setor cultural no Rio Grande do Sul:
— O setor passou por um momento muito difícil há dois, três anos, na pandemia, e esse quadro se redesenha para o Rio Grande do Sul. Nós vamos precisar se reorganizar para retomar as atividades na mesma velocidade que ocorreu no pós-pandemia. Agora é foco no Rio Grande do Sul, para fazer com que os eventos voltem a acontecer e que a indústria volte a girar.