"Antagonista ideal"
Manoel Carlos explica por que nunca deu o papel de Helena para Lilia Cabral: "Ela não é única, mas talvez a principal"
Autor de novelas foi homenageado na série documental "Tributo", na TV Globo, e reverenciado por atores que trabalharam ao seu lado na telinha
As Helenas de Manoel Carlos, 91 anos, vivem no imaginário dos brasileiros que assistem às novelas dele até hoje. No entanto, muitos se perguntam por que a atriz Lilia Cabral, 66, nunca ganhou o seleto papel. Ao receber homenagens na série Tributo, da TV Globo, o autor resolveu explicar o motivo:
— Porque eu nunca encontrei ninguém que fizesse tão bem a antagonista da Helena. Então, quando eu faço uma sinopse, eu digo "qual é o papel mais difícil da novela?", esse aí eu dou para Lilia.
Maneco, como é carinhosamente chamado, foi reverenciado por outros artistas que já trabalharam com ele na televisão. Para Tony Ramos, que trabalhou com ele em Baila Comigo (1981), Felicidade (1991), Laços de Família (2000) e Mulheres Apaixonadas (2003), o diferencial dos trabalhos do autor é a sua capacidade de observação.
— Antes de qualquer coisa, Manoel Carlos é um grande ser humano. Um exímio observador da natureza humana e daquilo que nos rodeia — elogiou.
No documentário, Lilia se emocionou ao ler a carta de Maneco falando sobre ela ser "a antagonista ideal".
"Ela nunca foi vilã. Ela tinha razões para ser do jeito que ela era. Então, é difícil dar uma protagonista para ela, por causa disso. Nas minhas novelas, todas elas, ela fez quase todas e sempre se destaca. Não adianta dar papel pequeno para Lilia, ele fica grande", escreveu o autor.
Christiane Torloni, Carolina Dieckmann, Alinne Moraes, Susana Vieira, Antônio Fagundes, Mateus Solano, Mel Lisboa, e os diretores Jayme Monjardim e José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, também deram depoimentos e relembraram bastidores das novelas. A série Tributo está disponível no Globoplay.