Discussão ambiental
Projeto de privatização das praias é motivo de treta entre Luana Piovani e Neymar; saiba por quê
Atriz criticou o jogador de futebol por apoiar a proposta e os dois passaram a trocar ofensas na internet nos últimos dias
Envolvido em projeto que foi associado à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Privatização das Praias, Neymar atacou Luana Piovani nas redes sociais na noite de quinta-feira (30). A mensagem é uma resposta às críticas que a atriz tem direcionado a ele desde terça-feira (28).
A treta começou quando Luana, também nas redes sociais, disse que é contra a idolatria que os filhos dela, Bem e Liz, tem em relação ao astro da Seleção Brasileira. A declaração foi compartilhada junto de uma publicação da atriz Laila Zaid, falando sobre a PEC 03/2022, que prevê o fim da propriedade exclusiva da União sobre terrenos de marinha.
Neymar apoia a iniciativa rota Due caribe brasileiro, que junto à incorporadora Due, pretende construir 28 imóveis de alto padrão em trecho de cem quilômetros entre os litorais de Pernambuco e Alagoas. A previsão de faturamento é de até R$ 7,5 bilhões. O empreendimento é alvo de críticas e citado por ambientalistas na campanha contra a PEC da Privatização das Praias.
Em outra postagem, publicada no dia seguinte, a atriz seguiu criticando Neymar: "Se não bastasse ser péssimo pai, péssimo homem, ele ainda quer ganhar o título de péssimo cidadão. Que vergonha desse ser". E, na quinta-feira (30), Luana compartilhou vídeos falando sobre o assunto.
— Como a gente tem que batalhar para não privatizar praias? E vem aí esse ignóbil desse ex-ídolo, porque ele realmente fez muita coisa pelo Brasil, senão ele não era quem é hoje. Mas como uma pessoa pode acabar tanto com tudo que construiu durante a carreira? Parece um plano infalível que alguém fez na carreira desse garoto para que tudo de repente, depois do ápice, fosse ao chão — afirma a atriz.
Em resposta horas depois, o jogador gravou uma série de vídeos criticando a Luana, chamando-a de louca.
— Acho que abriram a porta do hospício, soltou uma louca que não solta meu nome da boca. Quem trabalha no hospício em que ela estava, por favor, vai atrás dela, está complicado. Acho que ela está querendo alguma coisa comigo, não é possível. Não tira o meu nome da boca, incrível. Quer ser famosa, filha? O tempo já foi. Era uma ótima atriz, não tenho nada para falar de você — diz em trecho das gravações.
Ele ainda rebateu as acusações da atriz sobre a paternidade:
— Quer falar dos meus filhos? Não estou te entendendo, nunca falei nada dos seus filhos. Sempre tratei seus filhos muito bem. Que por sinal me adoram, não sei por quê. Agora você não pode falar da minha criação, das minhas crias. Se você quiser o telefone das mães dos meus filhos, eu te passo, não tem problema nenhum. Pergunta para elas se sou um mau pai. Toma vergonha na tua cara. Tem mais de 50 anos e quer vir lacrar na internet. Está pensando que é quem? Vai para o c...
O que é a PEC 03/2022
O Senado promoveu na segunda-feira (27) uma audiência pública para debate sobre a PEC, que acaba com a propriedade exclusiva da União sobre os chamados terrenos de marinha. O texto já foi aprovado na Câmara dos Deputados. Os espaços seriam repassados gratuitamente a Estados e municípios ou a ocupações de interesse social (como vilas de pescadores) e mediante pagamento a ocupantes (como pessoas que têm residência nestas áreas).
O conceito de terrenos de marinha data do período em que o Brasil era colônia de Portugal e estabelecia que áreas na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas afetadas pelas marés deveriam pertencer à Coroa, para fins de defesa do Estado. A medida foi definida à época e é a mesma até hoje: 33 metros do preamar (nível mais alto da maré) médio registrado em 1831.
A demarcação oficial desses locais foi feita lentamente, então muitas pessoas acabaram adquirindo legalmente os terrenos e perderam o direito à propriedade, tornando-se "posseiros" e sendo obrigadas a pagar à União uma taxa de ocupação que varia de 2% a 5% do valor do imóvel a cada ano.
Se aprovada a PEC, a União ficaria somente com as áreas não ocupadas, aquelas abrangidas por unidades ambientais federais e as utilizadas pelo serviço público federal.