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30 anos depois

As principais mudanças entre a primeira versão e o remake de "Renascer"

Trama adaptada por Bruno Luperi se afasta cada vez mais da original

16/08/2024 - 16h37min

Atualizada em: 16/08/2024 - 16h53min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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TV Globo / Divulgação
Antonio Fagundes deu lugar a Marcos Palmeira no remake

Adaptar uma história e trazê-la para os dias atuais é uma tarefa desafiadora, mas Bruno Luperi tem se mostrado especialista nisso. Depois de dar uma nova roupagem a Pantanal, em 2022, ele apresentou ao público sua versão de Renascer, que entra em sua reta final. As duas tramas foram originalmente escritas por seu avô, Benedito Ruy Barbosa, na década de 1990. O mundo mudou muito em três décadas e, por isso, algumas coisas foram atualizadas, outras totalmente transformadas. É claro que a essência da história se mantém, afinal, é preciso respeitar o criador e a criatura. 

Renascer tem se afastado cada vez mais da original de 1993, parecendo, muitas vezes, uma trama distinta. Confira algumas trocas necessárias – outras, nem tanto – que o autor fez na novela das nove.


Saudades,  primeira fase

Cadu Pilotto / TV Globo/Divulgação
Casal conquistou o público

Em 1993, foram apenas sete capítulos para contar o início da saga de José Inocêncio. Desta vez, tivemos quase o dobro disso, e há quem diga que ainda foi pouco. Com um elenco brilhante, encabeçado por Humberto Carrão e Duda Santos, atuações viscerais e cenas de impacto, a trama impressionou desde os primeiros minutos. 


Zinho virou Zinha

Fábio Rocha / TV Globo/Divulgação
Zinha tem vários conflitos

O ator Cosme dos Santos interpretou Zinho Jupará, amigo leal de João Pedro (Marcos Palmeira) na primeira versão da novela. Três décadas depois, o autor optou por criar Zinha (Samantha Jones), igualmente fiel ao filho caçula de José Inocêncio (Marcos Palmeira). A sexualidade da jovem ganhou espaço, com suas dúvidas e questionamentos ao se descobrir lésbica. 


Fé e romance

Paulo Barros / TV Globo/Divulgação
Um pastor moderninho

Jackson Costa deu vida a Padre Lívio em 1993, religioso que largou a batina por amor a Joana (Tereza Seiblitz). Na trama atual, temos o pastor Lívio (Breno da Matta), e sua história sofreu ainda mais mudanças. Sem o conflito do celibato, não haverá o romance dele com a esposa de Tião Galinha (Irandhir Santos). Nos próximos capítulos, Lívio se envolve com a professora Lu (Eli Ferreira).


Menos tragédia

Fábio Rocha / TV Globo/Divulgação
Salvo pelo cramulhãozinho

O final de Tião Galinha, então vivido por Osmar Prado, foi chocante. Acusado injustamente, ele é preso e se enforca na cadeia. O Tião de Irandhir Santos também passará pelo trauma da prisão, mas escapa da morte graças ao cramulhãozinho da garrafa. Há rumores de que o personagem morre, mas só nos últimos capítulos, em um conflito dos sem-terra.


Diversidade em pauta

Beatriz Damy / TV Globo/Divulgação
Teve até casamento

Era praticamente impossível, há 30 anos, entrar em discussões mais profundas sobre sexualidade, tanto que a Buba de Maria Luísa Mendonça, deu poucos detalhes sobre sua condição de hermafrodita (termo da época para o que hoje chamamos de intersexo). A Buba vivida por Gabriela Medeiros em 2024 é uma mulher trans, tem uma história pregressa, família e amigos, tudo isso exibido em cenas emocionantes. Impensável antigamente, desta vez o público viu o casamento dela com José Augusto (Renan Monteiro).


Uma nova Teca

Beatriz Damy / TV Globo/Divulgação
Teca e o bebê Cacau

A Teca da primeira versão, interpretada por Paloma Duarte, ocultava de todos que o pai de seu filho era um rapaz negro. Quando nasceu José Inocêncio Neto, a pele escura do bebê chamou a atenção. Em cenas vergonhosas para os dias de hoje, Teca chegou a dizer que isso aconteceu porque foi Inácia (Chica Xavier) quem fez o parto. Corta para 2024: Teca é uma menina negra, o que já elimina as discussões raciais. O que diferencia a criança, chamada de Cacau, é ter nascido intersexo. Aqui, uma homenagem à antiga Buba.


Sofrimento demais

Manoella Mello / TV Globo/Divulgação
Eles não mereciam tanto sofrimento

Uma das mudanças mais questionadas na atual Renascer foi a respeito do bebê de Sandra (Giullia Buscacio) e João Pedro (Juan Paiva). Nascida prematuramente, a criança acaba morrendo em seguida. Por mais que as cenas tenham sido bem feitas e impactado o público – principalmente quando Maria Santa aparece para levar a netinha – não precisava ter sido assim. Na primeira versão, a bebê nasce saudável e também leva o nome da avó.


A volta da que não foi

Léo Rosario / TV Globo/Divulgação
Vem aí uma reconciliação?

Com pouco tempo no ar na novela original, Kika (Juliane Araújo) retornou à fazenda e deve ficar até o final, com o intuito de tentar resolver algumas injustiças jurídicas, como a prisão de Tião. Com isso, ela se reaproxima de José Bento (Marcello Melo Jr.), e talvez o ex-casal termine junto. Em 1993, Bento (Tarcísio Filho) engravidou Ritinha (Isabel Fillardis) e virou um respeitável pai de família.


Novo amor

Manoella Mello / TV Globo/Divulgação
Inocêncio voltou a sorrir ao lado de Aurora

O destino amoroso de José Inocêncio (Marcos Palmeira) ainda é incerto, mas já podemos ver o impacto que Aurora (Malu Mader) teve em sua vida. Há três décadas, o romance durou pouco – na época, Antonio Fagundes fez par com Mara Carvalho, sua esposa na vida real. Desta vez, a fazendeira ganhou bem mais tempo de tela, mostrou-se um respiro para o viúvo sofredor e nos faz vislumbrar um final feliz para o protagonista. Será?

Na versão original, o coronel é gravemente ferido em uma tocaia e, debilitado, morre nos braços de João Pedro.


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