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Eterno Magro do Bonfa

"O stand-up é rap e o meu humor é bossa nova", diz André Damasceno, que realiza show celebrando 40 anos de carreira neste sábado

Sucesso no palco, na televisão e agora na internet, humorista se apresenta a partir das 20h no Teatro de Câmara Túlio Piva, em Porto Alegre

23/08/2024 - 14h05min


Carlos Redel
Carlos Redel
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Jonathan Heckler / Agencia RBS
André Damasceno realiza show comemorando os seus 40 anos de carreira neste sábado.

Em uma época em que a stand-up comedy se chamava apenas "show de humor", André Damasceno subiu pela primeira vez em um palco para fazer graça. A sua estreia foi no então recém-inaugurado Bar Opinião e o ano era 1984. Este foi o primeiro ato de uma apresentação que nunca parou, seja em casas de shows, na televisão ou agora na internet. Já são 40 anos de uma carreira que tem um objetivo tão simples quanto nobre: fazer os outros rirem.

Para celebrar esta marca, Damasceno convoca, neste sábado (24), os seus fãs porto-alegrenses que o acompanharam durante todas estas décadas de carreira. O humorista realizará uma apresentação única a partir das 20h no Teatro de Câmara Túlio Piva (Rua da República, 575 — Cidade Baixa), em Porto Alegre. O espetáculo comemorativo terá participação especial da humorista Dedé Leitão e os ingressos estão sendo vendidos na plataforma Sympla.

Durante o show de humor, o eterno Magro do Bonfa, personagem que é o carro-chefe da apresentação, garante que adaptações foram feitas em seu material, trazendo elementos contemporâneos, mas o humorista fez questão de manter a essência dos outros tempos, dando preferência para o seu público fiel, mais veterano:

Nunca pensei em ficar com um texto moderno para agradar a gurizada de 25, 26 anos. O meu público é dos 40 para cima e eu tenho que agradar a este público, que me assistiu na Escolinha do Professor Raimundo e que gostava de mim. Com o tempo, tu vais tirando aquilo que já não funciona tanto e colocando novas piadas dentro desse estilo antigo que funciona até hoje.

Engenheiro civil de formação, Damasceno ressalta que, mesmo não fazendo um grande esforço para atualizar a sua plateia, as novas gerações acabam indo até os seus shows, com os jovens sendo levados pelos pais. Segundo o comediante, é perceptível o impacto que as suas piadas causam entre a gurizada:

— Eles gostam porque é um estilo de humor completamente diferente do que estão acostumados a ver nesta nova geração do stand-up. A diferença fundamental é o ritmo de humor. O stand-up é como se fosse um rap, uma coisa rápida, piadinhas do dia a dia da pessoa. Já o meu humor é bossa nova, é Garota de Ipanema, é Roberto Carlos. O meu humor é descritivo e o final é explosivo, com o desequilíbrio do raciocínio lógico.

Jonathan Heckler / Agencia RBS
Damasceno na Lancheria do Parque, lugar icônico do Bom Fim — ou melhor, do Bonfa.

Dos palcos à internet

Desde o seu primeiro show, há 40 anos, Damasceno já realizou mais de cinco mil espetáculos e, segundo os seus cálculos, foi assistido por mais de três milhões de pessoas em todo o país. Mas o seu auge, realmente, foi na televisão. Por meio de uma fita deixada na TV Globo, encantou Chico Anysio com o seu personagem mais conhecido, o Magro do Bonfa. Assim, embarcou na Escolinha do Professor Raimundo nos anos 1990. E a sua vida mudou para sempre.

Desde que entrou para a TV, em 1993, seguiu uma extensa carreira em frente às câmeras, participando, depois do fim do humorístico capitaneado por Chico, de outras atrações televisivas, como o Zorra Total, programa no qual interpretava o presidente Lula. Foi mais de uma década satirizando o petista — chegou a arrancar elogios dele, devido à fidelidade da imitação. Mesmo com este histórico, o comediante reforça que o seu show não tem qualquer tipo de cunho político.

— No Zorra, quando o Lula saiu, assumiu a Dilma. Eu fazia o Lula na casa dele, de pijama e com faixa de presidente, querendo voltar ao cargo. E a Marisa, então esposa dele, dizia para ele desapegar. Isso em 2011. No final do quadro, por exemplo, o Lula dizia: "Vou ali no parquinho jogar dominó com os aposentados, meus colegas". E aí ele saía de cena. A Marisa perguntava: "Você volta para o jantar, Luiz Inácio?". Aí abria a porta e o Lula dizia: "Eu volto. Posso demorar um pouquinho, mas eu volto". Foi um grande momento — recorda Damasceno.

Hoje em dia, deixou as imitações em segundo plano, pois parte de seus homenageados, como Clodovil, Paulo Sant'Ana, Leonel Brizola, Pelé, Gil Gomes e Lúcio Mauro, morreu. Desta forma, o seu foco agora é fazer nos shows as piadas que estão rendendo nas redes sociais, as quais, conta Damasceno, começaram a estourar recentemente, com um salto de seguidores nos últimos anos.

Atualmente, soma mais de 125 mil fãs no Instagram, com alguns de seus vídeos passando do milhão de visualizações. É uma nova plataforma para o humorista, que segue explorando meios de contar as suas piadas, tendo a intenção de acumular mais algumas décadas em sua já extensa carreira. E, claro, sempre acompanhado de seu bordão clássico e atemporal:

Não me faz te pegar nojo!

André Damasceno – 40 Anos de Humor

  • Neste sábado (24), às 20h, no Teatro de Câmara Túlio Piva (Rua da República, 575 — Cidade Baixa), em Porto Alegre.
  • Ingressos a partir de R$ 55 (solidário, mediante doação de 1kg de alimento não perecível) ou R$ 100 (inteiro).
  • Pontos de venda sem taxa: Loja Planeta Surf Bourbon Wallig (Av. Assis Brasil, 2.611), das 10h às 22h, somente em dinheiro; e bilheteria do Túlio Piva, aberta duas horas antes do início do show. Ponto de venda com taxa: pela plataforma Sympla.
  • Desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante e acompanhante sobre o valor inteiro.

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