Entretenimento



"Escândalo Íntimo" na Capital

"No mundo da tecnologia, o que mais deu certo para mim foi mostrar vulnerabilidade", afirma Luísa Sonza, que faz show em Porto Alegre neste sábado

Cantora gaúcha abre o coração e fala sobre o bom momento na carreira, o que está produzindo para o futuro e a reconexão com o Rio Grande do Sul após a enchente

18/10/2024 - 19h26min


Alexandre Rodrigues
Alexandre Rodrigues
Enviar E-mail
Pam Martins / Divulgação
Cantora volta a Porto Alegre com a turnê do último disco.

Depois de emocionar o público com suas recentes apresentações na Expointer 2024 e em Tuparendi, no noroeste do Estado, a cantora Luísa Sonza desembarca mais uma vez por aqui. Ela sobe ao palco do Pepsi On Stage em Porto Alegre, neste sábado (19), a partir das 23h30min, com o show da turnê deluxe do disco Escândalo Íntimo.

Os ingressos estão à venda pelo site da Sympla. Restam apenas entradas de pista, a R$ 140 (meia-entrada), R$ 145 (modalidade solidária, mediante doação de um quilo de alimento não perecível) e R$ 280 (inteira). Conforme a organização do evento, os donativos serão destinados às famílias atingidas diretamente pela enchente na Capital.

Bom momento

Escândalo Íntimo foi lançado em agosto de 2023 e marca um bom momento na carreira da gaúcha. Além de alcançar 1 bilhão de streams nas plataformas digitais, o álbum trouxe músicas que chegaram ao topo das paradas , entre elas Sagrado Profano –  primeiro lugar do Spotify Brasil – , Chico e Penhasco2 (parceria com a estadunidense Demi Lovato). Dois registros audiovisuais foram lançados nesse período: a série documental Se Eu Fosse Luísa Sonza e o curta Escândalo Íntimo — O Filme.

Na versão deluxe – liberada no mês passado – , a cantora trouxe releituras e músicas inéditas, incluindo feats com Jorge & Mateus, Belo, Simone Mendes e os internacionais La Cruz, Tokischa e Troyboi, além da versão em inglês de Chico, um acústico e um MTG de Sagrado Profano. Ao todo, o novo trabalho conta com 32 faixas.

Vale destacar que, em meio a tudo isso, a gaúcha não mediu esforços durante a enchente para chamar a atenção do país para a situação do Rio Grande do Sul. Foi dela a ideia de criar o festival Salve o Sul. Em dois dias de evento no Allianz Parque, em São Paulo, foram arrecadados mais de R$ 8 milhões para as vítimas da tragédia.

LUIZ RODRIGUES / Ato Press//ESTADÃO CONTEÚDO
Idealizou o festival Salve o Sul.

No bate-papo a seguir, Luísa fala sobre o fim da era Escândalo Íntimo e como o engajamento na reconstrução do Estado a impactou. 

Com o encerramento da era Escândalo Íntimo, qual foi seu maior escândalo íntimo desde a criação desse trabalho até agora, a etapa final? 

Foi um álbum muito escandaloso, né? Graças a Deus, foi muito grande, foi astronômico e também muito íntimo, onde coloquei muita verdade na letra, na música, na produção. Então, acho que o meu maior escândalo íntimo, desde a criação desse trabalho, é o próprio Escândalo Íntimo

Como você equilibra a necessidade de se expressar de forma mais íntima com as expectativas por uma Luísa pop/comercial? 

Tem que sempre manter o equilíbrio. Preciso estar atenta tanto ao que quero fazer quanto ao que o público vai se identificar. Acho que o equilíbrio está nisso: seja o que for, que gere identificação, sabe? Acredito que a maneira de trazer essa identificação é sendo o mais humana possível, cada vez mais. 

Por incrível que pareça, no mundo da tecnologia, o que mais deu certo pra mim foi mostrar vulnerabilidade. Para ser mainstream, você precisa ter isso em mente, mas sem deixar que isso te consuma. É um desafio constante, mas a gente sempre dá um jeitinho. 

O que vem aí na sua nova era? 

Estou estudando, fazendo muita música, vendo o que vai ser single, o que vai ser álbum. Quando vou lançar ainda é uma incógnita. Se me colocar muita pressão, pode ficar perigoso. Quero ir fazendo e sentindo. Claro que já enxergo algumas coisas a partir da musicalidade de Escândalo Íntimo. Vejo um passo natural para um novo lugar, mas não posso contar, senão estraga a surpresa. Mas, por enquanto, está tudo muito abstrato. 

Você levou Emily Borghetti e bailarinos de CTG para o palco do Rock in Rio. Que tal repetir isso no show aqui em Porto Alegre?

Com toda certeza. A Emily entrou para a nossa equipe e está fazendo vários shows com a gente. Com certeza, ela estará no Pepsi On Stage também.

Globoplay / Reprodução
Emily Borghetti, de preto, em apresentação de Luísa Sonza no Rock in Rio.

Depois de tantas mudanças na vida desde quando saiu de Tuparendi, como você enxerga a ideia de sucesso hoje? É diferente de quando você começou? 

A única diferença é que agora vejo que não é tão glamouroso e fácil como parecia. Chegar ao sucesso e se manter lá é muito mais real do que as pessoas imaginam. Não é aquela coisa de: "Nossa, consegui chegar, e agora tudo são flores". Pelo contrário, é aí que a brincadeira fica séria. 

A diferença é que, quando eu estava em Tuparendi, achava que alguém ia me descobrir do nada, e ia ficar muito famosa, todo mundo ia gostar de mim, e a galera ia aprovar e ficar: "Que legal, a Luísa cantando". Quando aconteceu, percebi que era bem diferente. 

2024 ficará marcado para sempre na história do RS e na sua também, pelo empenho na reconstrução do Estado. De que forma esse turbilhão de emoções mexeu contigo pessoal e artisticamente? 

Foi muito chocante ver o meu Estado daquele jeito, e ainda é doloroso. Mas, de certa forma, isso me reconectou, e de maneira muito profunda, com o Rio Grande do Sul, com as raízes que acredito. Me sentia muito distante do Rio Grande do Sul porque não concordava com muitas das ideologias que eu via. Isso acabou me fazendo perder um pouco o encanto pela arte do Estado. 

No entanto, toda essa experiência me reconectou com pessoas que compartilham uma visão humanitária, como a minha, e uma visão mais progressista, disruptiva. Artisticamente, essa conexão com o Rio Grande do Sul ficou muito forte. Tanto que botei a galera no Rock in Rio. Acho que isso faz parte de quem eu sou. Muita coisa mudou a partir daí.

Serviço

"Escândalo Íntimo" em Porto Alegre

  • Sábado (19), a partir das 23h30min, no Pepsi On Stage (Avenida Severo Dullius, 1.995), em Porto Alegre
  • Ingressos de pista a R$ 280 (inteira), disponíveis na plataforma Sympla
  • Há opção de ingresso solidário, a R$ 145, e desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante RBS

MAIS SOBRE

Últimas Notícias