Noveleiros
Michele Vaz Pradella: "o vampiro que marcou minha infância"
Ator de personagens inesquecíveis, Ney Latorraca morreu nesta quinta-feira
E, no apagar das luzes de 2024, o mundo artístico fica mais triste. Ney Latorraca se despediu nesta quinta-feira, mas deixa um legado de talento, humor e personagens inesquecíveis.
Tenho lembranças vívidas de dois personagens do ator. Barbosa, no humorístico TV Pirata, não precisava articular muitas palavras para arrancar boas gargalhadas. Já na novela Vamp (1991), Ney interpretou o terrível Conde Vlad, vampiro sanguinário que mirava no terror, mas acertava no "terrir". Entre as cenas memoráveis, o número de dança no cemitério, inspirado no videoclipe Thriller, de Michael Jackson (1958-2009), está entre os meus momentos favoritos da teledramaturgia.
Ney Latorraca era o tipo de ator que, mesmo em papéis secundários ou participações curtas, roubava a cena. Brilhou como o marido enganado Cornélio, em O Cravo e a Rosa (2000), em uma dobradinha afinada com Maria Padilha, a Dinorá. Em outra novela que abordava os senhores das trevas, O Beijo do Vampiro (2002), apareceu em alguns capítulos como Nosferatu.
O humor perdeu grandes ícones nos últimos anos, tornando o Brasil um pouco menos alegre. A partida de Ney Latorraca deixa mais uma lacuna, e uma saudade imensa em quem acompanhou uma carreira cheia de tipos memoráveis.