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Entrevista

Rodrigo Fagundes fala sobre seu personagem em "Volta por Cima": "Gigi é uma mistura de divas"

Ator dá vida ao divertido personagem na novela das sete

03/12/2024 - 09h00min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Fábio Rocha / TV Globo/Divulgação
Gigi não aceita que a família tenha ficado pobre

Um dos núcleos mais divertidos de Volta por Cima é o da família Góis de Macedo. Falidos, mas tentando manter a pose de milionários, os irmãos Belisa (Betty Faria), Joyce (Drica Moraes) e Gigi (Rodrigo Fagundes) relutam em aceitar a nova realidade financeira, mesmo que tenham que vender obras de arte, roupas e acessórios de grife, o importante é garantir a fachada de membros da alta sociedade. Em bate-papo, Rodrigo Fagundes conta sobre as inspirações para dar vida a Gigi e torce para que seu personagem seja feliz no amor. Confira!

Seu marido (Wendell Bendelack, com quem é casado há 21 anos) é um dos autores da novela e já foi até homenageado por seu personagem em cena (Gigi citou um terno de grife, um “legítimo Bendelack”). Vocês conversam sobre o trabalho em casa, dão palpites um ao outro?

Casa de ferreiro, espeto de pau (risos). A novela é o último assunto aqui em casa. Juro! A homenagem veio da autora, Claudia Souto, e eu adorei gravar essa cena. Mas ele realmente não me adianta nada para eu não criar expectativa, pois tudo pode mudar. E outra curiosidade é que eu não posso passar meu texto com ele, por exemplo, porque eles estão pelo menos 20 capítulos na frente ou mais na escrita. Se ele passa algo comigo que já foi escrito, pode achar que alguma coisa deveria ser reescrita ou mudar, e não existe mais esse tempo. Entendo muito essa curiosidade de acharem que sei o que vai acontecer, mas isso não existe. Recebo o bloco da semana e vejo junto com meus colegas da novela os rumos dos personagens. E acho que é por isso que funcionamos bem no trabalho. Prova disso é estarmos no terceiro trabalho com a Claudia Souto (também fizeram Pega Pega e Cara e Coragem)

Gigi é um homem gay que não tem vergonha de viver seus amores. Por outro lado, traz um estilo mais antiquado no vestir e na forma “bom vivant” de se comportar. Você se inspirou em alguma figura real para compor o personagem?

Gigi é uma mistura das divas da TV e do cinema com a vontade de ser pop e metido a descoladinho. E é bem-sucedido nas atitudes. Tem o estilo clássico pois vem de uma família quatrocentona, de muito dinheiro, comportamento aristocrata, mas que também adora uma balada gay bem fervida, festas luxuosas, comida boa e champanhe gelado. Não pensei em ninguém especificamente pra compô-lo, mas digo que é uma mistura de Clodovil (1937-2009), Scarlett O’Hara (de E o Vento Levou), Bette Davis (1908-1989), Lady Violet (da série Downtown Abbey) e Odete Roitman (risos)

Fábio Rocha / TV Globo/Divulgação
Os Góis de Macedo: chiques e falidos

Apesar de vir de uma família tradicional, Gigi não teve questões problemáticas com relação a sua sexualidade. Como foi para você se assumir para a família?

isso foi o que mais amei quando recebi a sinopse e os capítulos. A liberdade do Gigi! Sempre pode ser autêntico, pro bem e pro mal, pois é mimadíssimo. E mesmo que possa ter sofrido algum tipo de preconceito, o dinheiro falava mais alto, e o respeito às vezes vinha dessa condição dele de ser milionário. Já eu tive algumas boas e tristes dificuldades quando me entendi como um homem gay. Assumir pra mim, primeiramente, foi um processo. Não entendia. Não tinha ninguém pra ser um farol e me ajudar a entender que não havia nada de errado comigo. Pelo contrário. Pra família e pro mundo foi bem natural também. Nunca sofri nenhum tipo de preconceito da família.  Minha mãe, irmãos e tias  sempre me deram muito amor. Sofria na escola, tinha apelidinhos, mas nunca deixei que isso virasse trauma não. A terapia me ajudou bastante a me situar também. E meus amigos e amigas. Tesouros que a gente vai achando pela vida e que nos ajudam a seguir sem medo. 

Tantos anos depois de Zorra Total, ainda tem gente que grita pra você “Olha a faca!” ou algum outro bordão do humorístico?

Todo dia (risos). Brinco que Patrick e o bordão “Olha a faca” são o meu carro-chefe. Meu abre-alas. Tenho muita gratidão e orgulho desse personagem, que depois de tantos anos é lembrado com carinho pelo público. Todo tipo de público. 

Podemos esperar um romance babadeiro de Gigi com o Rafa (Gil Hernandez)?

Tudo pode acontecer. Rafa, Joílson (Vitor Sampaio). Gigi atira e adora caçar os boys. Diz que nunca vai se apaixonar … e eu torço pra que ele pague a língua e libere seu coraçãozinho pra algum cara bem bacana na novela. E de preferência bem gato também (risos). Aguardem!!!


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