Noveleiros
Michele Vaz Pradella: Lígia e os dramas femininos de 1958 em "Garota do Momento"
Personagem de Palomma Duarte é julgada e condenada por suas escolhas
Já faz tempo que as novelas das 18h ganham status de horário nobre, a julgar pelos temas relevantes e até algumas polêmicas que são abordadas. Alessandra Poggi tem conseguido, apesar de escrever tramas de época, mostra questões importantíssimas de serem discutidas em qualquer tempo.
Em Garota do Momento, ambientada em 1958, a autora fala sobre racismo, machismo, homofobia e outras questões que são relevantes em todas as épocas. Uma das personagens que se destaca é Lígia, lindamente interpretada por Palomma Duarte. Sentindo-se presa ao marido e aos filhos, ela deixou tudo para trás e foi viver seu sonho de ser cantora. Mas, por conta disso, paga um alto preço até hoje. Beto (Pedro Novaes), Ronaldo (João Vitor Silva) e Celeste (Debora Ozório) não entendem as escolhas da mãe, e até hoje sentem as marcas do abandono. A sociedade da época relegava às mulheres um papel submisso, tanto que elas precisavam de autorização do marido para trabalhar fora, abrir conta em banco e viajar. Lígia nunca se conformou com essa falta de liberdade, e é julgada e condenada por isso. Apesar de amar muito os filhos, e até mesmo ainda ser apaixonada por Raimundo (Danton Mello), ela precisou fazer uma dura escolha: e escolheu a si própria.
Reencontro
Na atual novela das seis, Palomma reencontrou dois de seus "filhos" da ficção. Repete a parceria com Pedro Novaes, de quem foi mãe em Malhação _ Toda Forma de Amar (2019), e na época, sua personagem também se chamava Lígia.
Também é a segunda vez que interpreta a mãe de Débora Ozório, com quem teve o mesmo laço em Além da Ilusão (2022).