Um encontro que celebra a arte, a música e a cultura da periferia com toda a sua potência. É assim que Márcia Cavalcante, coordenadora institucional do Cirandar, descreve a Muvuca Cultural. A primeira edição do evento, que tem como objetivo proporcionar um espaço de diversão para as famílias e dar visibilidade a artistas locais, ocorreu no domingo (16), na comunidade da Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre.  

A programação de estreia contou com shows de rap, trap, samba e funk consciente de artistas como Nitro Di, DJ Mart, RainDrops Gang, Galick, THS Drop, Big Fat e Thugzta Recordz. 

Além de oficina de audiovisual, ministrada por Crystom Afronario; de grafite, com Kucca; inteligência artificial, por Daniel Mendes; e de MCs, com Duda Fita de Favela. Tudo isso de forma gratuita e aberta a todos, com o intuito de aproximar o público a diferentes manifestações culturais locais e oportunidades de aprendizado.  

– Todas as oficinas têm uma conexão com a temática do evento. Os oficineiros são do território, entendem das temáticas e possuem aquele pertencimento necessário – explica Márcia, que também vê a Muvuca Cultural como um espaço de desenvolvimento tanto para os artistas quanto para quem participa.  

Próximas edições  

O evento também contou com a participação do Slam Levante (grupo de poesia falada da Lomba do Pinheiro), e do Estúdio Móvel Gravaêh, ônibus do Cirandar, 

que oferece um espaço de valorização das produções artísticas das comunidades e que, na ocasião, realizou algumas gravações.  

– Um domingo inteiro onde as pessoas estão reunidas em prol da promoção da cultura e da periferia vale muito. É um processo que a gente construiu em conjunto com a comunidade – completa Márcia.  

Realizada pela ONG Cirandar, em parceria com a Nação Hip Hop Brasil, Arca 7 Produções e com o apoio do Ministério da Cultura, a Muvuca Cultural seguirá até maio, passando pelas comunidades da Restinga e Cohab Cavalhada, em Porto Alegre.  

O Cirandar

Criado em 2008, o Cirandar é uma organização sem fins lucrativos, que desenvolve projetos culturais e educativos voltados para diferentes públicos. Junto a crianças, adolescentes, mulheres e idosos, por exemplo, a ONG possui ações direcionadas aos migrantes e refugiados, utilizando a arte e a cultura como ferramentas contra a xenofobia.  

– Quando reconhecemos a cultura de um outro país, nos tornamos mais sensíveis para compreender a beleza que cada território e pessoa tem. São ações desenvolvidas há três anos e que têm sido muito positivas – afirma Márcia.  

A democratização do acesso à leitura também é um dos pilares da instituição, que promove clubes de leitura, rodas de histórias e bibliotecas comunitárias, como a Biblioteca Chocolatão, na zona leste da Capital. Além disso, o Cirandar apoia outros coletivos e organizações, oferecendo formações e capacitações para fortalecer demais iniciativas culturais e sociais.

Produção: Rayne Sá

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