Entrevista
Elvis Vittorio celebra papel em "Garota do Momento": "As pessoas estão torcendo muito"
Ator interpreta Vinícius na trama de Alessandra Poggi


A abordagem de questões da comunidade LGBT+ na teledramaturgia ainda é um tabu, apesar dos avanços que tivemos nos últimos anos. E se em tramas contemporâneas os personagens gays já passam por inúmeros conflitos, quando é uma história de época o buraco é bem mais embaixo. Em Garota do Momento, a autora Alessandra Poggi mostra como era ser homossexual em 1958, com todo o preconceito e estigmas que essas pessoas enfrentavam.
Elvis Vittorio integra o elenco na pele de Vinicius, um rapaz que foi expulso de casa pelo pai, que não admitiu ter um “invertido” na família. O romance com Guto (Pedro Goifman) caiu nas graças do público, que torce por um final feliz para o casal. É claro que, antes disso, eles terão que enfrentar muitos obstáculos, sendo o principal deles a truculência de Nelson (Felipe Abib). Em entrevista a Retratos da fama, Elvis Vittorio fala um pouco sobre a preparação para o personagem, como surgiu a oportunidade de estar na novela e a coincidência de ter o mesmo nome que um dos grandes ídolos da década de 1950, Elvis Presley (1935-1977).
Como surgiu a oportunidade de estar em Garota do Momento?
Surgiu enquanto eu estava trabalhando como cantor em um cruzeiro pela Europa. A produtora de elenco, Leticia Naveira, entrou em contato comigo pedindo uma self-tape (auto gravação, quando os atores usam o próprio celular ou câmera para gravar um vídeo se apresentando ou interpretando) para a novela. Gostaram e logo em seguida ela queria que eu fosse fazer um teste presencial nos Estúdios Globo, mas como eu estava embarcado, não consegui. Felizmente, um dia depois de chegar ao Brasil, consegui fazer o teste e, no dia seguinte, recebi a notícia que estava na novela.
Você pesquisou como era a situação dos homossexuais na década de 1950? Como foi a preparação?
Estudei e li vários artigos sobre a situação. Como foi horrível o “terror lilás” lá fora e vindo pra cá no Rio de Janeiro, com as perseguições e aprisionamento de homossexuais através da ação policial com o objetivo de fazer uma espécie de “limpeza” na cidade. Nosso preparador de elenco, Vinicius Arneiro, foi peça principal nesse processo, pois como eu entrei com a novela já andando, tivemos que fazer um trabalho rápido, mas preciso. Ele e o Pedro (Goifman, o Guto) me ajudaram a mergulhar em 1958.

Como tem sido a repercussão do seu personagem e do romance dele com Guto? Já sente o retorno do público?
Tem sido incrível! Tenho recebido muito carinho do público e as pessoas estão torcendo muito para Vinícius e Guto ficarem juntos.
Vinícius é fã de musicais, e você? Também curte? Assistiu aos filmes comentados na novela?
Sou um grande fã de musicais, assim como o Vinícius! Assisti todos que foram comentados na novela, inclusive já conhecia alguns e outros foram novos para mim.
Seu nome é Elvis, e agora você está em uma novela que se passa em 1958, quando Elvis Presley estava no auge. Acha que já estava escrito que esse papel teria que ser seu?
Acredito que sim! É engraçado como a vida arma essas coincidências e vai se escrevendo, Elvis Presley sempre foi trilha sonora da minha vida e com a novela se passando em 1958, com a carreira dele no auge, óbvio que ele seria trilha sonora da novela também. Inclusive, nos primeiros dias de gravação, algumas pessoas acharam que o meu nome era Vinícius e o personagem era Elvis.