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Último capítulo

Com representatividade, ação e mocinhos carismáticos, "Volta por Cima" vai deixar saudade

Trama de Claudia Souto chega ao fim neste sábado

25/04/2025 - 14h00min

Atualizada em: 25/04/2025 - 14h00min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Léo Rosario/TV Globo/Divulgação
Como não amar o casal "MaJão"?

“Reconhece a queda e não desanima. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”. A canção de Beth Carvalho, em nova versão na voz de Alcione e Ludmilla, traz logo na abertura uma espécie de mantra para os personagens da novela das sete. Volta por Cima chega ao fim amanhã à noite, não sem antes testar os corações dos noveleiros. Se a trama começou com uma tragédia no ônibus de Lindomar (MV Bill), que culminou na morte do motorista, o último capítulo terá o mesmo clima de tensão, novamente a bordo de um coletivo. Gerson Barros (Enrique Diaz) sequestra o veículo onde estão Madalena (Jéssica Ellen) e Jão (Fabrício Boliveira), com o intuito de chantagear Osmar (Milhem Cortaz). O vilão obriga o inimigo a passar toda sua fortuna para ele, só depois disso libertará a Madá. A moça, em meio a tudo isso, entra em trabalho de parto e é Jão quem ajuda o filho a nascer, em cenas que prometem fortes emoções.

Em clima de despedida, relembre um pouco da ótima história criada por Claudia Souto.


Apaixonados e apaixonantes

Fábio Rocha/TV Globo/Divulgação
Carisma pra dar e vender

Em tempos de mocinhas corajosas e independentes, Madá conquistou o público por sua postura nada passiva diante dos problemas. Se tem alguém que reconheceu a queda e não desanimou, esse alguém foi ela. Superou a perda do pai, as dificuldades financeiras, os dissabores amorosos e até inimigos poderosos como Violeta (Isabel Teixeira). Madalena não se intimidou e enfrentou a bandidona, com direito a tapa na cara. Sobraram tabefes também para Chico (Amaury Lorenzo) e Tati (Bia Santana), lavando a alma do público.

Igualmente carismático, Fabrício Boliveira construiu um Jão gente como a gente, honesto e íntegro, mas sem cair na chatice. O casal é um dos mais queridos dos últimos tempos e merecem mais do que ninguém um final feliz.


Jovem talento

TV Globo/Reprodução
Madá e Tati tiveram vários embates

A maior antagonista de Madalena não foi Cacá (Pri Helena), apesar dos fortes embates entre as duas. O inimigo de Madá estava dentro de casa e era sua própria irmã. Tati sempre esteve em uma linha tênue entre a ambição e a vilania, provocando muitas brigas por conta de seu apreço por luxo e riqueza e desprezo pela ética. Entrou para a história a surra que a protagonista deu na caçula, cena que exigiu muito das duas atrizes e confirmou o talento da jovem Bia Santana, que nos fez odiar Tati na mesma medida em que a adorávamos.


Alertas

Fábio Rocha/TV Globo/Divulgação
Roxelle fez o sinal universal que a salvou das garras de Gerson

Em meio à leveza característica do horário, Claudia Souto não deixou de tocar em temas sérios e fundamentais. Os problemas causados pelo uso de anabolizantes, deixando Nando em estado grave, foi um alerta mais do que necessário. 

Gerson, além de ser um bandido da pior espécie, provocou trauma em pelo menos duas mulheres. Depois de manter Yuki em cárcere privado, ele fez o mesmo com Roxelle (Isadora Cruz). Foi essencial mostrar que até mesmo uma mulher independente e cheia de si pode cair nas garras de um abusador. Isadora Cruz deu um show, desde as cenas cômicas e bordões marcantes, até o drama vivido ao lado do ex-noivo. A cena em que ela faz o sinal universal de perigo repercutiu nas redes sociais.


Maturidade

Manoella Mello/TV Globo/Divulgação
Tereza Seiblitz merecia retornar à TV

Jovens talentos e caras novas são importantes em uma novela, mas a valorização de nomes consagrados também é um dos fatores de sucesso de Volta por Cima. Tereza Seiblitz, a Doralice, fazia falta na telinha e teve o destaque mais do que merecido. Betty Faria, José de Abreu e, na reta final, a chegada de Lucinha Lins (Ruth) provam que talento não tem idade.


Ranço

TV Globo/Divulgação
Vivi Araújo deixou muita gente com raiva de Rosana

Implicância gratuita, ciúmes ou teimosia? O ódio que Rosana (Viviane Araújo) sentiu por Jão durante toda a novela, e ainda mais ao descobrir que Edson (Ailton Graça) era o pai do rapaz. A rainha de bateria só cairá em si e aceitará o enteado quando Jão salvar a vida de Nando (João Gabriel D’Aleluia), doando parte do seu rim. Se Rosana provocou ranço no público, isso é sinal de que Vivi Araújo evoluiu muito como atriz. Arrasou.


Representatividade

Thais Magalhães/TV Globo
Novela inovou com a representatividade asiática

Além de ter muitos atores negros nos papéis principais, Volta por Cima fez história pela representatividade asiática. Eram personagens que tinham histórias e conflitos próprios, como o astro sul-coreano Jin (Allan Jeon), Alberto (Chao Chen), de origem chinesa, e a descendente de japoneses Jacqueline Sato, que brilhou como Yuki.


Sem glamour

Fábio Rocha/TV Globo/Divulgação
Dos tempos de glória, só sobrou a pose

O núcleo dos Góis de Macedo começou a trama com pouco a acrescentar na história, apenas lamentando a falência da família e relembrando os tempos dourados. Aos poucos, cada um teve sua própria virada, transformando-se por completo. Gigi (o divertido Rodrigo Fagundes) foi obrigado a encarar o balcão de uma lanchonete, reclamando a cada pão de queijo queimado. Joyce (Drica Moraes) irritava o público por se achar uma eterna adolescente, chorando por um amor do passado. Ao ser obrigada a trabalhar, descobriu sua vocação como produtora de eventos e os prazeres de uma vida simples na Vila Cambucá. Só derrapou na recaída com Osmar já nos últimos capítulos. Belisa (Betty Faria) carregava o grande segredo de ser mãe de Gigi, história que rendeu cenas impactantes e uma reconciliação emocionante. O reencontro com o ex-namorado, Rodolfo (José de Abreu) mostrou que nunca é tarde para segundas chances.


Não valem nada, mas a gente ama

Angélica Goudinho/TV Globo/Divulgação
Um pior que o outro, mas divertiram os telespectadores

Ator mais conhecido por séries e filmes, Milhem Cortaz conquistou o público noveleiro com seu Osmar. Um cara todo errado, como ele mesmo se define, com o caráter duvidoso, mas apaixonado pela vida e pela família. O carisma do ator fez de Osmar um tipo que não devíamos, mas adoramos. O mesmo vale para Violeta, par perfeito para o pilantra. Por trás da pose de durona, era uma mulher frágil, tentando firmar seu nome no machista mundo da contravenção. 

TV Globo/Divulgação
Marco e Gerson Barros: disputa entre irmãos

E por falar em contravenção, outra família de bandidos deu seu nome. Os Barros, encabeçados por Rodolfo e seus filhos Gerson e Marco (Guilherme Weber), disputaram territórios com os Castilhos em cenas de muita ação e emoção.


Regenerados

Léo Rosario/TV Globo/Divulgação
Público vibrou com o romance de Chico e Cacá

Carla, fiel capanga da família Castilho, mostrou um lado tão apaixonado quanto perigoso ao se envolver com Jão. Rejeitada pelo protagonista, não se conformou e fez de tudo para separá-lo de Madá, incluindo usar um bebê que nem era dele como chantagem. Quem salvou Cacá de enveredar de vez para o lado obscuro foi outro personagem que colecionou erros, principalmente na vida amorosa. Chico fez de tudo pela moça, até se empregou na mansão de Violeta só para ficar perto da amada. O casal finalmente se entendeu nos últimos capítulos e deve ter um final feliz. 



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