Estrelas da Periferia
De Cachoeirinha, banda Rotta de Fuga reinventou-se por meio da fé
Formado em 2007, grupo passou por mudanças que o levou a se reinserir no cenário musical pela vertente do rock gospel

Nascida de um encontro um tanto inusitado, a banda Rotta de Fuga está na estrada desde 2007. O grupo de Cachoeirinha, na Região Metropolitana, tem Douglas Felipe (vocal), Eneas Lima e Joe Severo (guitarras), Pedro Henrique (baixo) e Thiago “Timão” (bateria) em sua formação atual.
— Sempre fui daqueles que não desgrudavam do violão. Tocava e cantava por onde andava, até no caminho para o mercado! Foi numa dessas que Anderson, um colega de aula, me viu tocando e resolveu puxar papo. Assim começou a história da Rotta de Fuga — relembra Douglas Felipe, fundador do grupo.
Originalmente, a banda surgiu no cenário do rock secular (o termo refere-se à música do gênero sem cunho religioso). Contudo, após uma pausa reflexiva — incitada por um momento de descoberta pessoal por parte do fundador — a banda retornou ao cenário musical, em 2010, como uma banda de rock gospel.
Sobre o período, marcado pela ascensão da Rotta de Fuga na cena local, Douglas reflete:
— Quando Deus chama, não tem jeito. As prioridades mudam. Senti que precisava dar um tempo e me dedicar mais à fé. No começo, nem todo mundo entendeu a decisão, mas, com o tempo, cada um da banda foi tendo sua própria jornada espiritual.
Reinventando o som
Ao longo dos anos, a formação da Rotta de Fuga enfrentou mudanças e, a cada uma delas, o grupo diz ter se nutrido de novas influências que contribuíram para o amadurecimento de seu som. Em 2019, a banda assinou com o selo musical Alma Records, o que resultou no lançamento de seu primeiro EP, que leva o mesmo nome do grupo.
Questionado sobre o impacto da mudança na recepção dos fãs, Douglas explica que fica feliz em encontrar pessoas que se identifiquem com a proposta do grupo.
— Com a mudança para o rock gospel, naturalmente, muita gente ficou pelo caminho, mas outra galera chegou junto. Alguns que já curtiam o som desde o início abraçaram essa nova fase, mas a verdade é que a banda conquistou um público completamente novo — conta.
Em conjunto, os músicos afirmam que sua vontade com o projeto não é somente falar sobre fé, mas também alcançar aqueles que, em algum momento, se afastaram dela. Eles buscam fazer de suas músicas uma espécie de chamado para os que, por algum motivo, se afastaram de Deus.
— As letras são como um abraço, um lembrete de que sempre é possível voltar — concluem.
Destino em comum
Quanto ao nome do grupo, que se destaca pelo uso de dois “T” na grafia, Douglas conta brevemente a origem da ideia:
— Sempre quisemos representar uma saída de um lugar ruim para um lugar melhor. O primeiro nome pensado foi “Cano de Escape”. Bem punk rock, né? Mas aí veio a sugestão de Anderson: “E se fosse Rota de Fuga?”.
O vocalista diz que a escolha se deu pelo impacto sonoro do nome. Ele complementa:
— O conceito por trás do nome é simples: existem várias “rottas” por aí, pessoas, igrejas, comunidades... mas todas elas apontam para o verdadeiro caminho: Jesus Cristo.
Planos para o futuro
Com três singles e um EP disponíveis nas plataformas digitais, o grupo afirma que planeja lançar um projeto ao vivo, unindo suas músicas já lançadas a faixas inéditas.
Neste domingo (6), a Rotta de Fuga se apresenta no Festival Gospel 2025. O evento será realizado na quadra esportiva do Cesmar, localizada na Vila dos Papeleiros, bairro Santa Terezinha, na Capital.
Produção: Juliana Farinati
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