Estrelas da Periferia
Idealizador do "Circuito Urbano", DJ Nezzo quer levar a cultura hip hop às periferias do RS
Entre os dias 2 e 4 de maio, o bairro da Restinga sedia a primeira edição do projeto, promovendo atividades com DJs, MCs, dançarinos de break e grafiteiros


Entre os dias 2 e 4 de maio, o bairro Restinga, na zona sul de Porto Alegre, receberá a primeira edição do Circuito Urbano Restinga – Territórios Criativos. Coordenado por Ademir Cavalheiro, o DJ Nezzo, o evento gratuito visa promover atividades utilizando os quatro elementos do hip hop: DJs, MCs, B-Boys/B-Girls e grafiteiros.
— Nosso foco é fomentar a cultura hip hop, promovendo a integração entre artistas e a comunidade por meio de diversas atividades, incluindo apresentações ao vivo e workshops — afirma DJ Nezzo no material divulgado à imprensa.
Com uma carreira que ultrapassa 40 anos, DJ Nezzo se destaca como um dos pioneiros da cultura hip hop no Rio Grande do Sul. O também produtor musical foi figura central na criação do primeiro grupo de dança de rua do Estado, além do programa de televisão Hip Hop Sul, pioneiro do gênero no Brasil.

À reportagem do Diário Gaúcho, ele comentou como essa trajetória reflete na concepção do Circuito Urbano Restinga:
— Ela (a trajetória) influi no sentido de que eu consigo colocar a experiência e a vivência da arte em prol da transformação social a partir dos elementos que vão estar dentro desse circuito.
O projeto
Com um histórico de contribuições para o cenário artístico da dança, do rap e do grafite no RS, a Restinga foi o bairro escolhido para acolher o evento — pensado como uma celebração cultural a fim de incentivar a transformação social e elevar a autoestima dos moradores da região.
Liderado por coletivos como o Restinga Crew, um dos grupos mais respeitados no cenário do breaking no Estado, e contando com grafiteiros como Eduardo Orelha, o Circuito Urbano será totalmente gratuito e aberto ao público de todas as idades. Nezzo desenvolve, de maneira breve, sobre o processo de mobilização de artistas locais para a realização do evento:
— O processo de mobilização foi fácil, pois todos que participaram, além de a maioria ser da Restinga, sabem o tamanho da importância do trabalho deles no que diz respeito a afetar não somente as pessoas próximas a si, como parceiros e familiares, mas também aqueles que enxergam neles um reflexo artístico e cultural no próprio desenvolvimento.
Ao longo dos três dias, as atividades serão realizadas na Avenida Macedônia, na Rua Belize e na Esplanada da Restinga. A iniciativa foi contemplada pelo edital Territórios Criativos da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac) e do Instituto Estadual de Artes Visuais (IEAVI), em parceria com o RS Seguro.
Perspectiva e legado
Enquanto, na estreia, a expectativa se mantém no presente, DJ Nezzo não deixa de conjecturar o futuro do projeto. Para o produtor, o próximo passo da organização é fazer com que o Circuito Urbano se transforme em algo regular em todas as periferias da cidade e do RS.
Quanto ao legado desejado, ele destaca ser simples: fazer com que a cultura hip hop e sua arte sejam cada vez mais praticadas e respeitadas.
— Os grafites que ficarão lá, por exemplo, servirão também como reflexo e ponto de evolução e de desenvolvimento do pensar em relação ao que cada artista for expor em sua parede — observa, concluindo:
— Enfim, cada grafite irá trabalhar o senso crítico de cada pessoa que tiver acesso a ele. E cada um dos artistas da música, do rap também, as suas poesias, dentro do nosso circuito, darão impactos de forma positiva. Até porque são músicas que promovem uma reflexão a respeito dos seus e de suas histórias.
Produção: Juliana Farinati
Aqui, o espaço é todo seu!
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