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Caso de 2016

Inquérito é aberto para investigar denúncia de estupro de Juliana Oliveira contra Otávio Mesquita; entenda

Comediante relata agressões durante gravação de programa. Apresentador nega e fala em "brincadeira mal-interpretada"

17/04/2025 - 13h50min

Atualizada em: 17/04/2025 - 13h50min


Zero Hora
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Revista Quem / Instagram / @jublackpower/Divulgação / Reprodução
Segundo Juliana, que atuava como assistente de palco na época, Mesquita a teria apalpado sem consentimento durante uma participação especial.

A Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar a denúncia de estupro feita pela comediante Juliana Oliveira contra o apresentador Otávio Mesquita

O caso se refere a um episódio ocorrido em 25 de abril de 2016, durante a gravação do programa The Noite, com Danilo Gentili. 

Segundo Juliana, que atuava como assistente de palco na época, Mesquita, convidado do programa, a teria apalpado sem consentimento durante uma participação especial.

A promotora Priscila Longarini Alves afirma que há elementos que exigem apuração quanto a possível infração contra a dignidade sexual da comediante, segundo o g1.

Relato

No relato entregue ao Ministério Público, Juliana descreve que foi agarrada à força por Mesquita, que teria posicionado sua genitália próxima ao rosto dela e apalpado seus seios e nádegas.

Ela afirma ter tentado se desvencilhar da abordagem, o que é corroborado por imagens que mostram tapas e chutes contra o apresentador. 

A solução adotada pelo The Noite teria sido não chamar mais Mesquita para o programa como convidado.

Desabafo nas redes

Em publicações nas redes sociais, Juliana Oliveira compartilhou detalhes do que teria vivido nos estúdios. 

Segundo ela, após a denúncia interna, sua presença no local passou a ser restrita sempre que Otávio Mesquita aparecia, mesmo sem convite oficial. A produção, diz ela, a levava para o banheiro, onde era trancada.

— Otávio Mesquita invadia o The Noite e eu era trancada no banheiro como se a errada fosse eu, como se a criminosa fosse eu. Fiquei muitos anos sendo trancada. Só fui começar a entender de fato o que aconteceu comigo em 2020, quando vi o Danilo (Gentili) defendendo a Dani Calabresa na internet — disse.

A humorista afirma ter denunciado o caso ao setor de compliance do SBT no ano passado, mas não teve retorno efetivo. Em fevereiro deste ano, após cerca de 11 anos de casa, Juliana foi demitida da emissora.

— Eu fiz uma denúncia para uma empresa comandada por mulheres, e nem mesmo elas me ouviram — lamentou. Veja abaixo o pronunciamento.

Entenda o caso

O episódio relatado por Juliana aconteceu durante a gravação de um quadro de abertura no programa The Noite, em 2016

Mesquita desceu do teto do palco preso a um equipamento de segurança, e a comediante tinha como função ajudá-lo a se soltar, conforme ensaiado

No entanto, ela afirma que ele aproveitou o momento para tocá-la sem permissão.

— Ele já chegou com as duas mãos na minha bunda, no meu peito. Eu dei um "chega para lá" nele, mas ele não parava. Quando virou de costas, foi pior ainda: me agarrou à força, até a minha cabeça no meio das pernas ele colocou — disse.

O advogado Hédio Silva Jr., que representa Juliana, argumenta que as imagens da gravação comprovam o desconforto da vítima e o esforço para se desvencilhar do apresentador. Além disso, logo após o momento, o próprio admite que teria tocado "sem querer" nos seios de Juliana.

— A lei considera que atos libidinosos mediante violência, mesmo sem penetração, configuram estupro — afirmou.

Defesa de Otávio Mesquita

Otávio Mesquita nega as acusações e se diz surpreendido com a abertura do inquérito. 

Em comunicado nas redes sociais, ele chamou a denúncia de "caluniosa" e alegou que tudo fazia parte de uma "brincadeira combinada".

— Esse programa foi ao ar há quase 10 anos. Nunca houve nenhuma reclamação, nem no dia da gravação. Sinto muito, se exagerei na brincadeira. Vendo o vídeo hoje, com os olhos de agora, não repetiria isso — afirmou. Ele também mencionou que sua ex-mulher e filho estavam na plateia na ocasião.

A defesa do apresentador disse ao g1 que "aguarda a comunicação oficial para que nos manifestemos, prestando todos os esclarecimentos necessários, inclusive de modo a indicar a ausência de regular representação dentro do prazo legal aplicável à época", informou o advogado Matheus de Oliveira.

Em nota, o SBT informou que "tomou, a tempo, todas as providências que lhe competia por meio do seu Departamento de Governança Corporativa".

Como denunciar casos de violência no Brasil

  • Disque 100: recebe denúncias sobre violência contra criança e adolescente em todo o país
  • Brigada Militar: pode ser acionada pelo 190 em qualquer cidade do RS
  • Polícia Civil: basta ir à delegacia mais próxima ou repassar a informação pelo telefone de forma anônima. É possível utilizar o Disque Denúncia pelo 181. A Divisão Especial da Criança e do Adolescente (Deca) em Porto Alegre atende pelo telefone 0800-642-6400
  • Conselho Tutelar: denúncias são verificadas. Em Porto Alegre, há plantão na Rua Fernando Machado, 657, Centro Histórico, inclusive durante a noite e aos fins de semana. Em casos de emergência é possível ligar para os telefones (51) 3289-8485 ou 3289-2020. O endereço e telefone de cada uma das unidades podem ser conferidos neste link.

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