Coluna da Maga
Magali Moraes: legado de mãe
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho


No próximo domingo, Dia das Mães, nós seremos homenageadas, visitadas, beijadas, elogiadas, abraçadas, paparicadas (assim esperamos). Filhos e filhas não estão autorizados a reclamar do excesso de fotos tiradas (sorria, meu bem). Pra quem mora longe, viva a tecnologia. Que as chamadas de vídeo durem mais que o normal. E como nem tudo são flores, é bem-vinda uma trégua em brigas e pequenos desentendimentos. Quem sabe uma reconciliação ou recombinar o jogo?
É pra ser um dia gostoso de convívio e, se tudo der certo, provavelmente entrará na caixinha das memórias afetivas. Mas quem garante que, nesse domingo em especial, alguma situação divertida, uma frase inteligente dita por nós ou até a escolha do cardápio sejam lembrados quando a gente não estiver mais aqui? De todas as experiências que as mães e suas crias vivem durante as diferentes fases da vida, o que fica eternizado? Pois é, me peguei pensando nisso: que legado eu vou deixar?
Banheiro
Mães com filhos pequenos nem estão com tempo livre pra pensar nisso, ir ao banheiro em paz já é uma conquista. Essa reflexão vem depois de uma boa quilometragem rodada na estrada da maternidade. Filhos e filhas crescem, a relação muda. Parte do legado de mãe vai junto na hora em que eles saem de casa. E nem falo do lado financeiro, se bem que a maneira como lidamos com dinheiro pode ser um legado. É sobre aprendizado e hábito. Seria o jeito de estender a roupa?
Tudo o que as mães repetem insistentemente tem mais chance de virar legado, incluindo manias, medos e traumas? Como os filhos fazem essa seleção? Dá pra escolher o que se quer eternizar? Claro que eles vão querer fazer tudo diferente, e lá adiante vão se dar conta que estão repetindo costumes nossos (a gente já passou por isso com os nossos pais). Melhor nem tentar prever, só deixar rolar. Uma dica: sempre dá pra caprichar no afeto. Feliz Dia das Mães! Seguimos errando e acertando.