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Pyetra Hermes, de Gravataí, diz querer "alçar voo" como Elis Regina

Cantora se mudou para São Paulo, em agosto de 2024, para expandir a carreira. Atualmente, celebra o lançamento do EP "Transbordar"

13/05/2025 - 09h26min

Atualizada em: 13/05/2025 - 09h51min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Victor Daguano/Divulgação
Pyetra Hermes é de Gravataí e atualmente mora em São Paulo, onde produziu o seu primeiro EP autoral.

Aos 26 anos, Pyetra Hermes coleciona memórias de uma criação fundamentalmente musical. Trineta de um violeiro, bisneta de um crooner de bailes, neta de um gaiteiro e filha de um casal de dançarinos, cantores, declamadores e escritores, a jovem de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, teve o seu despertar musical ainda aos três anos.

Aos 15, já podia ser chamada de artista. Na época, entre aulas de canto, começou a concorrer em rodeios artísticos como intérprete vocal, o que rendeu à jovem uma série de reconhecimentos. No mesmo ano, durante o Festival Tafona da Canção Nativa, ao assistir uma apresentação da família de músicos gaúchos Sperandir, foi quando teve certeza que pertencia àquele universo.

— "É isso que eu quero para minha vida! Eu quero música!" E, de lá para cá, nunca mais parei. — relembra Pyetra, que pavimenta seu terreno na MPB.

Hoje morando em São Paulo, a artista celebra o seu trabalho mais recente, o primeiro EP autoral, intitulado Transbordar. O material, já disponível nas plataformas de áudio desde 24 de abril, foi produzido pela Midias Academy Records, junto a Rick Bonadio e sua equipe.

Reflexos da jornada

Em busca de expandir a carreira, Pyetra mudou-se para a capital paulista em agosto de 2024. Mesmo em outro estado, a cantora afirma fazer questão de preservar as origens, especialmente porque o espaço para mulheres na música gaúcha permanece restrito.

— Ainda que tenhamos tido uma evolução, como com o “Peitaço”, por exemplo, um movimento encabeçado pela Shana Müller, do qual fiz parte, nosso meio musical ainda é um pouco restrito para as mulheres — afirma.

Pyetra complementa:

— Minha maior inspiração sempre foi a Elis (Regina), por mais clichê que pareça — observa. — Com isso, eu me questionava se eu não deveria fazer como ela, alçar voo, sabe?

Foi por meio de um Mini Camp na Midias Academy, em São Paulo, que ocorreu a produção de Transbordar. Além da faixa que carrega o mesmo nome do EP, o trabalho ainda conta com as músicas Passarinho (Renasci), Erro Bom e Meu Destino é Esse Instante.

— Lá na Midas, com a ajuda da equipe do Rick Bonadio, eu consegui traçar meu direcionamento artístico, entendendo quem seria a Pyetra — comenta. —  Eu nunca tinha conseguido pôr para fora as minhas composições, tinha medos, receios, uma autocrítica gigante e, especialmente com a parceria do Jéf (cantor e compositor Jeferson Souza), eu me redescobri.

Referências

A inspiração em Elis também se manifesta em trabalhos anteriores de Pyetra. No ano passado, a cantora apresentou o espetáculo Musas: Mulheres na MPB, no Teatro Oficina Olga Reverbel, localizado no Multipalco Eva Sopher, para o qual precisou realizar uma imersão na história do gênero e, principalmente, na importância da presença feminina para o legado do mesmo.

— Nesse processo, eu descobri e redescobri as cantoras que fizeram história, e muitas delas eu cresci ouvindo — analisa. 

— Hoje, além delas tenho muito forte a referência de artistas como Sandy e Vitor Kley. 

Segundo a cantora, seu maior desafio é unir suas referências à própria memória afetiva musical. Ela defende que seu maior desejo é compor canções que tenham um estilo que alcance todos os públicos, para, assim, serem ouvidas todos os dias. 

Planos para o futuro

Além da produção do EP, Pyetra integra atualmente a equipe da Midias Academy como professora de música. Conforme declara, seu maior sonho como cantora é poder viver exclusivamente da música, participando de listas de artistas em alta e subindo ao palco de grandes festivais.

Além disso, Pyetra diz querer, por meio do trabalho, ter condições de colocar em prática seu projeto para ajudar mulheres vítimas de abusos, a Casa de Lilith.

— Hoje, eu quero retornar aos palcos logo, lançar projetos aqui em SP e fazer o lançamento do meu EP no RS, já estou trabalhando nisso — afirma. 

— E, é claro, seguir fazendo música e me desenvolvendo como profissional na Midas Academy.

Produção: Juliana Farinati

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/// Entre em contato com a artista pelo Instagram: @pyetra.cantora


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