Estrelas da Periferia
Arte que movimenta: conheça a história do artista Gui Arte e Rima
Guilherme Guedes Campos fez das rimas que cria dentro do busão da Capital um jeito de viver e correr atrás dos seus objetivos


Foi por causa do pai que Guilherme Guedes Campos, 20 anos, mais conhecido como Gui Arte e Rima, se encontrou no rap. Com apenas cinco anos, ele já estava familiarizado com estúdios e o poder do estilo musical. Na época, o pai, de nome artístico Fubu, gravava os artistas da Bom Jesus que também viviam da arte e acreditavam na transformação por meio da música.
A paixão de Gui pelo rap cresceu ainda mais ao longo dos anos. Em 2010, ele virou b-boy (dançarino de breakdance) junto ao seu irmão. Até os 11 anos, realizou diversas apresentações nesse estilo de dança, sempre incentivado pelo pai.
Em meio a algumas dificuldades, aos 13 anos precisou começar a trabalhar para ajudar em casa. Um tio conseguiu um emprego para ele com serigrafia. Mas Gui nunca abandonou o rap. Inclusive, foi com apenas 12 anos que participou da sua primeira batalha de rima, a Batalha da Bonja edição 25.
— Depois da primeira batalha, fui indo nos eventos, fazendo o meu nome na cena, e evoluindo a cada dia nas batalhas — relembra.
Rendeu grana
Foi ao acaso que ele começou a fazer o que, hoje, é o seu diferencial: rimar no ônibus. Em 2020, ao combinar de sair com um amigo, teve que ir até a parada que o companheiro estava, pois havia pegado a condução errada. Durante o trajeto, tiveram a ideia de rimar para as pessoas que estavam na parada:
— A gente começou a rimar e, em três paradas, a gente fez R$ 150. Rimava muito mal, muito mal mesmo (risos). Não sei como o pessoal gostou, mas deu certo.
Os dois seguiram – de uma forma descontraída – fazendo dinheiro com o que mais gostavam. Com o tempo, o amigo parou com o trabalho, e Gui seguiu sozinho com as rimas no ônibus como uma forma de divulgar sua arte. Dessa forma, conseguiu muitas oportunidades de mostrar seu “corre” para o mundo.
Em 2022, participou do Rap in Cena, a convite da Alvo Cultural, uma associação de hip hop na Capital. A organização existe desde 2005, incentivando a cultura nas comunidades por meio de cursos como grafite, DJs e MCs. Além de impulsionar artistas no cenário musical de Porto Alegre.
— Eu fiquei muito feliz, foi uma experiência inesquecível para mim. Eu acho que foi um dos melhores shows da minha vida. Primeira vez que eu cantei no Rap in Cena — conta.
Além de um dos maiores eventos de rap do país, Gui segue participando de eventos culturais, em que atua como apresentador ou usando o rap como forma de mostrar suas vivências.
Novos projetos
Para os próximos projetos, Gui está se dedicando a compor. A ideia é lançar um álbum ainda este ano, que irá contar sua história de vida, as rimas que faz no ônibus e sua relação com o rap. Além disso, o artista segue participando de eventos, apresentando e mostrando sua arte, que começou há mais 15 anos.
Produção: Ana Júlia Santos
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