Entrevista
Giovana Cordeiro fala sobre retorno a "Dona de Mim": "O público pediu a volta de Bárbara"
Atriz entrega que sua personagem está mais vilã do que antes


Ela está voltando! Quem achava que Bárbara permaneceria morando nos Estados Unidos, está muito enganado. A lutadora vivida por Giovana Cordeiro retorna em breve a Dona de Mim, e a atriz adianta que ela deve tirar o sono dos mocinhos, principalmente de Marlon (Humberto Morais), seu ex-namorado. Confira o bate-papo e alguns spoilers do que vem por aí!
No início da novela, você já sabia da volta de Bárbara após ir para os EUA? Ou, assim como o público, foi pega de surpresa com esse retorno?
Eu já sabia que havia essa possibilidade, e o diretor Allan Fitterman me deu essa missão. Nós já tínhamos vivido juntos um trabalho de muito sucesso, quando interpretei a Xaviera em Mar do Sertão (2022), e minha personagem conquistou o público. A vontade de repetir essa parceria era recíproca. Ele confiou que eu poderia trazer novamente essa conexão com o público e deu certo. O público pediu a volta de Bárbara, e aqui estou. Muito feliz, inclusive, porque admiro demais a escrita e o apelo popular das novelas da Rosane Svartman. Gosto de fazer novela assim! Acho que alinhamos nossos propósitos como comunicadores e artistas.
O que você pode adiantar desse “comeback”? Vem aí uma vilã?
Vem muito aí! Lá atrás, a Bárbara já tinha mostrado ambição e nenhuma hesitação em escolher a si mesma e seus objetivos. Agora, isso fica ainda mais evidente, e a ambição dá espaço para mais ganância. Mas ela segue sendo apaixonada, segue querendo amar e ser amada. Eu admiro muito a trajetória dessa personagem, mas, no caso dela, os meios não vão justificar os fins. Em novela, tudo é possível. Estou aberta a tudo: tanto para vê-la ainda mais má quanto para seguir como uma mulher apenas ambiciosa, disciplinada e focada. Confio muito na condução dessa trama.

Como foi sua preparação para viver uma lutadora em cena? Além de treinar kickboxing, que cuidados você passou a ter com o corpo e alimentação?
Eu mergulhei 100% na construção dessa atleta. Sempre quis interpretar uma personagem com um desafio físico assim. Já tinha vivido processos intensos no teatro e no cinema, principalmente em musicais, mas dessa vez o estudo do corpo foi muito específico. Eu amo esporte, amo comunicar saúde e acredito muito no poder de transformação social e na resiliência que o esporte ensina. Isso me motivou muito na construção da Bárbara. Além do kickboxing, estou disciplinada na musculação para reestruturar o corpo e ganhar mais performance atlética, e tenho acompanhamento médico, endocrinologista e nutricionista para manter o ritmo. Lesionei o joelho pouco antes de voltar a gravar, então agora também estou focada na recuperação, com muita fisioterapia, para estar pronta para as futuras cenas de luta. Faço questão de participar de tudo.
Além da luta, o que você tem aprendido com essa personagem?
A Bárbara chegou num momento da minha vida em que eu estava buscando mais foco. Sempre fui disciplinada, mas manter a constância era um desafio. Essa personagem me ensinou a manter o comprometimento diário – comigo mesma, com minha saúde e com a minha evolução profissional. A gente divide essa determinação.
Quando Bárbara decidiu viajar sem Marlon, muita gente elogiou essa atitude, que demonstrou amar mais a si mesma do que qualquer coisa. No lugar dela, você faria o mesmo? Abriria mão de uma grande oportunidade por amor a outra pessoa?
Sem dúvida, eu faria como ela. Tentaria incluir a pessoa no meu sonho, mas, se ela não quisesse acompanhar, eu seguiria. Nada de diminuir para caber. A Bárbara não podia desperdiçar a chance de viver o que lutou, literalmente, a vida toda para conquistar. Meu maior sonho sempre envolveu minhas conquistas profissionais, e abandonar ou reduzir isso para sustentar uma relação que não compartilha o mesmo sonho seria injusto. Relacionamentos precisam alinhar expectativas de vida. Quando não são compatíveis, alguém acaba frustrado, e isso gera desgaste. Admiro muito casais que constroem sonhos juntos, sobretudo profissionais.
Bárbara é muito diferente de Luna, de Fuzuê (2023). O que é mais desafiador: viver uma mocinha sem cair na chatice ou interpretar uma vilã?
Os dois têm seus desafios. Com a Luna, o maior foi o volume de cenas e manter a concentração e a coerência emocional da personagem. Já com a Bárbara, tenho mais respiro, e criatividade precisa de descanso. Depois de Luna, não tenho mais medo de desafio nenhum. Com a Bárbara, aprendi a ter mais leveza no processo. Mas todo ser humano é complexo, e meu trabalho é justamente dar todas as camadas que cada personagem precisa.