Ele não merecia isso. Foi um bom pai até o último instante, lutou contra as injustiças e espalhou generosidade por onde passou. Não estou conseguindo lidar com essa perda. Abel Boaz (Tony Ramos) foi vítima do próprio irmão, Jaques (Marcello Novaes), e no seu lugar, ficou muita saudade.

Pode parecer exagero estar sofrendo por um personagem de ficção, mas todo noveleiro sabe que quando a gente se apega, é quase como se perdêssemos um ente querido. Ainda mais se tal personagem é vivido pelo gigante Tony Ramos, artista que é quase unanimidade entre os colegas e telespectadores. Nos capítulos de Dona de Mim exibidos esta semana, foi difícil conter as lágrimas, principalmente nas cenas envolvendo Tony, Claudia Abreu (Filipa), Juan Paiva (Samuel), Suely Franco (Rosa) e a impressionante Elis Cabral (Sofia). Deu vontade de adentrar na telinha e abraçar cada um deles.

A construção da história por Rosane Svartman e seus colaboradores foi magistral. Cada detalhe levou a tensão a um crescente, nos deixando vidrados e, mesmo sabendo que o destino de Abel já estava escrito — literalmente — ficamos torcendo para que ele se salvasse.

Coerente

Apesar de triste, a morte do personagem ajuda a levar a história adiante, já que Abel era a "cola" que mantinha a família unida, serenava os arroubos de Filipa e mantinha a pequena Sofia em segurança. É como se agora, um terremoto tirasse tudo do lugar, e até o último capítulo, todas as peças precisarão se ajeitar nos devidos lugares. Para o bem ou para o mal.