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Tensão, suspense e paixão obsessiva marcam "Dias Perfeitos", nova série do Globoplay

Baseada no livro de Raphael Montes, produção tem oito episódios

14/08/2025 - 10h40min

Atualizada em: 14/08/2025 - 10h41min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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TV Globo/Divulgação
Clarice (Julia Dalavia) e Téo (Jaffar Bambirra): duas versões da mesma história

Raphael Montes tinha apenas 23 anos quando publicou Dias Perfeitos, seu segundo livro, e um dos maiores sucessos da carreira do escritor. A obra, que já foi vendida para 14 países, ganha uma versão para a telinha a partir de hoje, em série do Globoplay. Com oito capítulos, Dias Perfeitos conta a história de Téo (Jaffar Bambirra), jovem estudante de Medicina solitário e misterioso. Tudo muda quando ele conhece Clarice (Julia Dalavia), e logo se apaixona, sentimento que, aos poucos, vai se tornando uma perigosa obsessão.

Responsável pela adaptação da história para o audiovisual, Claudia Jouvin conta que conheceu o livro há cerca de 10 anos, e que “devorou” a obra. Na mesma época, se tornou amiga de Raphael Montes, com quem já trabalhou em outros projetos. Foi essa amizade, aliás, que fez com que Claudia tivesse intimidade para contar a Raphael que pretendia mudar o final da história. Rapha ouviu a proposta do novo desfecho e adorou. Portanto, quem acha que já conhece Dias Perfeitos do início ao fim, prepare-se para novidades, principalmente no último capítulo.

Divulgação
Livro de Raphael Montes já foi vendido para 14 países

Na coletiva de apresentação do projeto, Raphael Montes se emocionou ao falar sobre a importância da obra em sua trajetória:

– É um livro que mudou a minha vida, mudou a minha carreira. Foi o livro que me permitiu sair do Direito e fez com que várias pessoas do mercado audiovisual, inclusive a Claudinha, lá no início em 2014, olhassem para o meu trabalho e falassem: “Poxa, talvez você possa fazer roteiro”.

Diretora geral da produção, Joana Jabace destacou a popularidade do autor, que já vendeu mais de 500 mil livros só no Brasil. Para ela, Raphael Montes é um “supermercado de ganchos”, já que suas histórias são tão envolventes que é impossível parar de ler.

– Fazer uma história que é um thriller psicológico e, ao mesmo tempo, eu acho que tanto eu quanto o Rapha e Claudinha com esse desejo de ser popular, no sentido de furar a bolha, de chegar do outro lado, acho que converge com a minha experiência de ter trabalhado tanto tempo na TV aberta – diz a diretora.

Raphael ressalta que sua maior preocupação, antes de ver o trabalho pronto, era transpor para a tela uma história que se passa toda na cabeça de Téo. Foi então que surgiu a ideia de mostrar também o outro ponto de vista, o de Clarice. É como se fossem duas tramas em uma só.

– À medida em que você traz os dois pontos de vista, você consegue, na tela, mostrar que ele enxerga de um jeito e ela enxerga de outro jeito. A graça é justamente ter coisas na série que não têm no livro – explica o autor.

Dois lados

Julia Dalavia e Jaffar Bambirra contaram que a primeira parte do processo criativo foi a leitura do livro. Ambos relatam que ficaram presos à história da primeira à última página. No entanto, na hora de compor a personagem, Julia se dedicou mais ao roteiro de Claudia Jouvin:

– Eu terminei o livro pensando que eu queria muito fazer e contar essa história. Mas o meu processo foi muito focado no roteiro da Claudia, porque a gente tem a perspectiva da Clarice, ela desenvolve isso a partir da obra do Rafa. Então eu acho que o roteiro, realmente, foi a minha matéria-prima para entender mais a Clarice.

Para Jaffar, apesar das contradições de seu personagem, não há motivos para defender Téo.

– A gente não quis romantizar em nenhum momento, porque ele tem muitas coisas muito agressivas. Tenho a impressão de que a gente só viu o Téo de verdade no ponto de vista da Clarice. Pra mim, isso foi a grande sacada, assim, da história e a forma como a Joana conseguiu dividir os pontos de vista.

Odete Roitman? 

Entre as gravações de Vale Tudo, Debora Bloch achou uma brecha para falar sobre sua participação em Dias Perfeitos, na pele de Patrícia. Pouco falada no livro, na série, a mãe de Téo ganha mais espaço:

– A minha personagem assiste, mas nega. Ela é uma mãe que não quer ver, não quer enxergar a doença do filho. Mas tem uma carga tensa nas nossas cenas, a série tem sempre uma tensão pairando. De uma certa maneira, eu acho que a Patrícia sabe da doença do Téo, sente, mas não quer enxergar.

A mãe de Clarice, Helena, é interpretada por Fabiula Nascimento. A atriz conta que foi um desafio viver uma mãe tão relapsa na ficção, enquanto na vida real, era só amor pelos gêmeos Roque e Raul, que na época das gravações eram bebês de colo.

– Ela é muito essa pessoa que tem o preconceito no olhar. Na primeira vista, a gente vê um futuro médico. “Como que um futuro médico será uma pessoa que não será boa pra sua própria filha? Tão branquinho, tão limpinho... Não tem como”. Então, ela tem esse lugar, que também vem do universo dela realmente, pelo que ela está passando, mas pelo que ela constrói. Porque não podemos esquecer que é uma advogada criminalista – adianta Fabiula.

A história

O thriller psicológico acompanha Téo (Jaffar Bambirra), um estudante de Medicina que se encanta pela aspirante a roteirista Clarice (Julia Dalavia) após conhecê-la por acaso. Diante das negativas da jovem, o rapaz decide sequestrá-la acreditando que, com o tempo, ela irá correspondê-lo. Enquanto mantém Clarice distante de todos, Téo a leva para uma viagem horripilante pelas belas paisagens do Rio de Janeiro.

Quatro episódios chegam à Globoplay hoje. Mais dois episódios serão disponibilizados nos dias 21 e 28 de agosto, respectivamente.


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