Neste sábado
Festival Porongos chega à 4ª edição valorizando a cultura negra no Rio Grande do Sul
Com entrada gratuita, o evento ocorre na quadra da Imperadores do Samba, das 13h às 22h, reunindo diversas atrações


Porto Alegre recebe, neste sábado (20), a 4ª edição do Festival Porongos, na quadra da Imperadores do Samba (Avenida Padre Cacique, 1.567), das 13h às 22h, com diversas atividades e atrações. A entrada é gratuita.
Criado como um contraponto às comemorações tradicionalistas da Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul, o evento é realizado em 20 de setembro em homenagem aos Lanceiros Negros, guerreiros que lutaram na Guerra Farroupilha em busca de liberdade.
— A ideia do evento é colocar luz sobre essa história e possibilitar um espaço de apresentação para artistas consagrados e independentes — explica Thaise Machado, idealizadora e diretora criativa do Festival Porongos.
Neste ano, o evento traz uma programação que valoriza a integração entre as comunidades, destacando a diversidade cultural e a ancestralidade negra. Thaise explica que a proposta do festival é ser um espaço para toda a família:
— A gente trabalha a essência de aproximar gerações mais novas e também as mais velhas, porque precisamos estar em diálogo. Se cada um ficar no seu canto, fica complicado até de nos enxergamos enquanto pessoas negras.
O festival promete celebrar a música negra em suas diversas vertentes e gerações, reunindo artistas de diferentes estilos, além de apresentações teatrais e uma feira de produtos e serviços de empreendedores locais. A programação completa está disponível neste link.
O evento, no entanto, não acaba em setembro. A programação segue em outubro com o Workshop Independente de Música, que terá a participação de MC Marechal.
Valorizar a cultura negra gaúcha
Criado em 2018 com o objetivo de impulsionar a cultura negra no Rio Grande do Sul, o Festival Porongos busca fomentar redes que contemplam artistas negros da indústria cultural local gaúcha, além de democratizar o acesso aos bens culturais.
— A gente criou o projeto com essa temática para colocar luz sobre um fato histórico, que é o Massacre de Porongos, que naquela época não era muito comentado — afirma Thaise.
A idealizadora do projeto celebra as conquistas e avanços nos últimos anos, mas ressalta que ainda tem muito caminho para percorrer.
— Agora a gente tem um pouco mais de diálogo sobre a história e cultura negra gaúcha, mas eu percebo que ainda é pouco — pontua.