Noveleiros
Michele Vaz Pradella: segundo pesquisa, maioria rejeita morte de Odete Roitman em "Vale Tudo"
De acordo com o Datafolha, o público prefere que a vilã termine pobre, e não morta


Brasil, 1988. Em meio a um recente processo de redemocratização, passados poucos anos da Ditadura Militar, uma pergunta parou o país: quem matou Odete Roitman? A vilã de Vale Tudo, na época interpretada por Beatriz Segall, passou quase toda a novela cometendo atrocidades e dizendo coisas terríveis. A morte foi o castigo considerado justo pela maioria dos telespectadores: há 37 anos, 38% dos entrevistados torciam por um fim trágico para aquela que é considerada a "vilã das vilãs".
Em 2025, os tempos mudaram — mas nem tanto, vide a política brasileira atual. Agora encarnada por Debora Bloch, Odete ganhou ares mais sedutores e um tom irônico, por vezes bem-humorado, que conquistou o público. A malvada foi exaltada em muitas cenas, chamada de "loba" e dita até como sensata em alguns de seus argumentos. Na reta final da trama, a vilania da personagem se acentuou, e muita gente concorda que ela merece ser castigada. No entanto, segundo pesquisa do Datafolha, apenas 4% dos entrevistados torcem para que ela seja assassinada. Para a maioria, 47%, a melhor punição seria a pobreza, enquanto 35% gostaria que a empresária fosse presa.
Sem perdão
Ao que parece, a autora Manuela Dias não pretende ouvir a voz do povo. E nem deveria. O assassinato de Odete Roitman é o ponto mais icônico da novela, e mudar isso seria descaracterizar completamente a obra original _ que já passou por várias intervenções, diga-se de passagem. Informações divulgadas até agora dizem que a morte da vilã será exibida no dia 6 de outubro, e várias cenas serão gravadas em sigilo absoluto. Pelo menos cinco personagens estão entre os suspeitos, cada um com seu motivo. A revelação final só virá no último capítulo, dia 17 de outubro. Façam suas apostas!